Não me queiras, abismo!
Repele a tentação...
Obriga-me à normal aceitação
Do negro pesadelo de viver.
Cega, mina a toupeira o chão
À procura dos olhos que perdeu.
Assim amaldiçoa a maldição...
Assim se justifica o que nasceu.
Nega-me o teu abraço,
Caridoso.
Mesmo odioso,
O mundo vale a pena.
É uma arena
Sem esperança
Onde o corpo exercita
A confiança
Que lhe merece a alma que o habita
Miguel Torga, in Câmara Ardente
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