Há datas importantes. Lembram acontecimentos que marcam o fim de eras, que significaram mudanças na mentalidade colectiva de sociedades inteiras. Conceitos que antes seriam escassamente discutidos, são virados do avesso. A data que o calendário hoje exibe, não passará despercebida, até porque os media não se inibem de nos martelar com factos e dúvidas acerca dos ataques que hoje o Mundo parece querer lembrar.
Mas este dia, pela efeméride que representa, é usado como instrumento de condicionamento de mentalidades, tal como o 25 de Abril nacional.
A revolução dos cravos abriu caminho ao enformar da consciencia nacional, convencendo os cidadãos nacionais da bondade do Estado, instando-os a adormecerem a sua individualidade sob a sua protecção paternalista. A partir daí todo aquele que diz o que pensa, sem se render ao bem comum e à caridade do sistema, é um mau carácter.
Da mesma forma o nine-eleven fez cair sobre a civilização ocidental uma nova mentalidade de rebanho. As liberdades individuais sentam-se, agora no banco de trás, quando não são enfiadas no porta-bagagem (e temo que um dia sejam atiradas janela fora), e no seu lugar instalou-se uma paranóia sem limites pela segurança.
A privacidade de uma conversa telefónica, nos EUA, por exemplo, deixou de ser exigivel sob pena de o queixoso ser visto, no mínimo, como um louco que quer que abrir as portas do zoológico, deixando sair as feras, ou como alguém sem sentido patriótico.
Assim, meus amigos, quem ganha são os terroristas. E nem precisam de fazer rebentar mais nada: basta-lhes fazer ameaças, e os cordeirinhos correm para os pastores implorando que os metam num apertado curral, pedindo protecção a qualquer o custo. Por alguma razão se chamam terroristas...
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