quarta-feira, junho 06, 2012

Ensino superior para adultos

Portugal é o quinto país da Europa onde as famílias mais gastam para pôr os filhos no ensino superior? Acredito. Também deve ser um dos países da Europa onde mais filhos vão para a Universidade às custas dos pais (culpado...). Quando estudei no Reino Unido tinha colegas de curso mais velhos que eu, que cheguei lá com 29 e de lá saí com 32, que pagavam o curso por si. Também reparei que, entre os mais novos que eu, eram muito poucos aqueles que lá tinham chegado saídos de fresco do secundário, e eram eles próprios a pagar os seus estudos. E a propina anual, naquela altura, era de 3070 libras — hoje é três vezes mais.
As universidades até tinham preferência por estudantes com experiência profissional prévia, e davam, de moto próprio — qual estado, qual quê! — facilidades aos estudantes. Um bom exemplo era a responsabilização do aluno pela sua educação (em Portugal, um aluno do ensino superior é tratado como um estudante do secundário), pelo seu estudo e pela sua frequência. Nenhum curso do estabelecimento que frequentei fazia cair sobre os exames finais, a 100%, a avaliação do aluno. A norma eram 50 a 70% da nota final; o resto vinha dos trabalhos, entregues ao longo dos semestres. Não havia número de aulas obrigatório. A partir de um certo limite, começavam a perder pequenas percentagens da classificação final, mas continuavam elegíveis para passar no fim do ano.
De qualquer das formas, ali os alunos eram responsáveis por si, incluindo, na sua maioria, do lado financeiro.
Eu senti-me mal, ali, sendo ajudado pelos meus pais, quando os meus colegas estavam ali na mais completa independência, responsáveis por si... adultos.

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