segunda-feira, dezembro 31, 2007

Desejos de um 2008 jeitosinho, vá

Depois de um período de ausência que se deveu ao trabalho a que o curso me obriga, e que acabou por se tornar num hábito, eis-me de volta. Não podia deixar 2007 sem escrever mais algumas palavras.
O ano de 2008 não me parece poder vir a ser nada de diferente. Mais do mesmo. Cada vez menos liberdade e desrespeito pelo indivíduo. Logo no arranque vamos assistir ao atropelo à propriedade privada em nome do conceito abstracto que é a saúde pública. Abrir-se-á o ano com a proibição de fumar em locais fechados, independentemente da vontade do proprietário do local. A única escolha que resta é entre fechar a casa ao cigarro ou gastar dinheiro em sistemas de ventilação, beneficiando as companhias da especialidade e aqueles que têm dinheiro para investir. Os proprietários do café da esquina, cuja facturação vai pouco além da subsistência, não têm escolha senão perder a clientela fumadora.

Num registo mais pessoal, entrei recentemente numa realidade alternativa. Por ocasião do casamento de um atleta da equipa de rugby do Sport Lisboa e Benfica com uma Madeirense, a dita equipa, ou parte dela, visitou a região. Como por estas bandas se tenta implantar a modalidade, ao que muito ajudou a presença dos Lobos no Campeonato Mundial, as três equipas que já existem oficialmente na Madeira juntaram-se no desafio à equipa do Campeonato Nacional. Como tenho gosto pelo jogo e alguns amigos nessas equipas, fui convidado a dar uma perninha, para fazer número e porque não sou um lingrinhas. Qual não é o meu espanto quando chego ao campo de relva artificial do Clube de Futebol União, na Camacha, e vejo jornalistas e público em número considerável. Jogamos a versão touch do rugby (mais meiguinha), perdemos, mas demos luta. Fomos até os primeiros a marcar um ensaio.
Hoje abri com curiosidade o jornal (DNMadeira) e eis que encontro uma página inteira dedicada ao jogo. Uma foto de grupo denuncia a minha presença, e no texto que a acompanha listam-se os nomes dos jogadores em campo, o meu incluído, claro. O que mais me surpreendeu foi que o meu nome figura na equipa baptizada de "Selecção da Madeira". É óbvio que esta é uma selecção não oficial, mas não deixa de ter a sua piada, para além das cócegas no ego.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Nem o fuso horário escapa

Chavez resolveu pôr a sua bem-intencionada autoridade à prova. Depois de uma vitória de merda por parte da oposição Venezuelana, um manguito de merda da parte do ditador contrariado.
"A partir de hoje Venezuela tem fuso horário próprio"... Meia-hora?

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Faça-se alguma coisa, então!!



Por mais que a ciência se contradiga continuamente (faz parte do processo científico) e demonstre a sua fabilidade e natureza especulativa, estes estudos provam sempre tudo. E numa era em que os organizadores da humanidade estão de novo em voga, esta forma de apresentar um estudo (discutível e passível de discussão como qualquer outro estudo técnico-científico) como facto, acarreta perigos para a liberdade de cada um de nós. Imaginem que os ecofascistas deste mundo resolvem tomar como cavalo de batalha, em favor da altruísta e honorável luta pelo ambiente, a moralização das leis que nos controlam e comecem a exigir que se proíbam os divórcios. Para bem da humanidade, claro.

Ainda há tomates na Venezuela...

... ao contrário de um país que eu cá sei.

Venezuelanos dizem um surpreendente "não" à reforma constitucional proposta por Chávez

segunda-feira, novembro 19, 2007

Falar de futebol

O jogo de futebol tem regras. Quando foram inventadas essas regras não havia campeonatos nem ligas, nem nenhum organismo que supervisionasse os jogos. Jogava quem queria, por gosto e satisfação pessoal. As regras eram cumpridas por acordo entre todos os cavalheiros que queriam jogar, e quem as ignorasse com insistência provavelmente não voltaria a jogar com os mesmos indivíduos, até se esgotarem as suas hipóteses. Aí, ou se submetia às regras do jogo, ou mudava de desporto. Provavelmente acerta altura arranjaram alguém que supervisionasse as regras de forma isenta, alguém cuja escolha fosse acordada entre todos os jogadores.
Hoje em dia o futebol tem estruturas que o gerem. Escolhem o fiscal das regras e impõem-no a quem joga e dispõem dos recursos gerados pelo trabalho dos jogadores, com o magnânimo propósito de defender e promover a modalidade. Essas estruturas até retiram e adicionam regras conforme pretendem que o jogo tenha mais ou menos golos, sempre com o superior intuito de proteger o espetáculo. Aqueles que jogam o jogo só são ouvidos através de associações que os reduzem a um grupo de pressão. O jogador, por si só, come e cala.
Consequências? As estruturas gestoras do futebol gerem o produto do esforço de indivíduos que em pouco ou nada interferem nas decisões acerca do seu uso. Anda o lucro sem dono, o que atrai pessoas dispostas a dobrar o sistema para terem maior parte do bolo. Como a estrutura depende não de decisões tomadas pelos protagonistas, mas antes por burocratas longe do campo onde o jogo se joga, torna-se fácil e apetecível corromper o sistema de forma a beneficiar qualquer um menos o jogador.
Passamos de um sistema em que o lucro gerado pelo esforço do indivíduo beneficia só o indivíduo, para um sistema em que o esforço do jogador alimenta toda uma estrutura que diz zelar pela integridade do desporto, mas que abre as portas à deterioração das virtudes da actividade.

terça-feira, novembro 13, 2007

Em extinção

Eu nunca fui daqueles machões que tratam a companheira à estalada, ou que se insinuam a toda a mulher que tenha o azar de olhar na sua direcção, insistindo para além da boa educação, se for preciso. Sempre gostei do meu cabelo e tentei cuidar dele até chegar à conclusão de que o melhor era tratar o mínimo possível, para não estragar. Sou vaidoso, como quem me conhece confrimará com acenos de cabeça demasiado evidentes. Mas daí a pintar a cara, depilar as sobrancelhas ou ir à manicura vai um passo demasiado grande para mim. Mas a verdade é que a nova geração de mulheres parece achar mais piada aos Castelo-Branco deste mundo que aos Humphrey Bogart. Ser-se homem já não parece ter importância, a não ser pela existência de um penduricalho entre as pernas (até quando?...). Estas novas gerações parecem preferir um homem que lhes roube o kit de beleza depois de uma ou duas quecas (com cuidado para não estragar as unhas) e que se queixa da manicura que lhe levou couro e cabelo para lhe deixar as mãos demasiado masculinas...
O macho está em extinção. E não por culpa do aquecimento global: é a selecção natural; a selecção sexual.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Moral Vs Moral

Todos nós, como indivíduos que somos, temos um código de conduta pessoal e único. Este código de conduta desenvolve-se independentemente dentro de cada um de nós. Depende da nossa vivência desde o nascimento e que, apesar de influenciada pelo meio social que nos acolhe, tem sempre a haver com a forma muito pessoal e única como entendemos e absorvemos essa vivência. A esse código de conduta chamamos de moral. Por mais que as religiões ou outros tipos de instituições moralizadoras tentem, a uniformização dos códigos de conduta é uma tarefa impossível.
Sendo assim, só parecem existir duas formas de lidar com tamanha diversidade de moralidades e de condutas, que são absolutamente incompatíveis. A desmoralização do indivíduo, eliminando todos os diferentes códigos de conduta, que se substitui pela uniformizada moral da lei, aplicada à força a todos quantos lhe resistam. Esta solução tem um grave defeito: quem escolhe que regras morais adoptar? Serão sempre pessoas que se regem por morais diversas, e por mais que se recorra ao voto, haverá sempre alguém que não concorda. Que fazer com esse indivíduo dissonante? Podemos sempre usar a força, essa forma de debate democrático tão em voga no século da revolução do proletariado. Ou o reaccionário capitula, ou desaparece.
A alternativa contrária é não fazer nada. Não é necessário termos todos a mesma grelha moral para que nos possamos dar todos bem. Basta que ninguém esteja em posição de impôr a sua moral, e que se salvaguarde o direito do indivíduo a usufruir da sua própria vida. Assim cada um de nós escolhe de que maneira se relaciona com o seu vizinho e com a sociedade em geral. Talvez assim, como um bocado de barro que ganha uma forma mais esférica à medida que rebola por uma rampa abaixo, as diferentes morais tendam para a uniformização, sem nunca a atingir nem a pretender.
Quer-se respeito, nada mais. A lei só traz obrigação.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Associação reveladora

Ao ler esta notícia no site do semanário Sol, acerca de um jovem Finlandês que desatou a disparar uma arma de fogo na sua escola, depois de publicitar o acto no YouTube, uma pequena passagem chamou a minha atenção:

"A cadeia de televisão privada MTV3 afirmou que o presumível assassino terá declarado várias vezes a sua admiração por Hitler e Estaline."

Ora, se Estaline é um dos nomes glorificados pelos socialistas menos inibidos e, por sua vez, Hitler é maldito por esses mesmos indivíduos, que será que este jovem lhes viu de comum? Tiques mais do que confirmados de ditadores? Ou foi a comum e muito celebrada tentação de planear a sociedade?
Na verdade, tanto Hitler como Estaline acreditavam saber o caminho para a sociedade perfeita, estilo formigueiro, e sabiam que a única maneira de chegar lá perto é pela força e pela supressão da vontade individual, uniformizando a sociedade inteira. Este jovem, a confirmar-se esta passagem, percebeu que Hitler e Estaline eram farinha do mesmo saco, cheios de boas intenções e de vontade de elevar os seus povos à mais avançada das sociedades.

sábado, novembro 03, 2007

Lamechices

Isto de estudar fora do país é mais difícil do que à partida parece. E não estou a falar de dificuldades académicas. Falo da pressão emocional que é estar fora do meio a que nos habituamos e onde nos mexemos como peixe na água, da distância espaço-temporal daqueles portos de abrigo emocional que são todos aqueles que nos amam e nos fazem sentir amados. Por vezes parece ser mais fácil desistir, mas a vontade de perseguir um lugar que sabemos que nos pertence, ou queremos que nos pertença, mantém-nos em pé mesmo que cambaleando e completamente esgotados.
Por isso sinto hoje a necessidade de dizer a todos quantos me amam que o sentimento é mútuo, e que as saudades por vezes apertam ao ponto de transformar este meu post num desabafo um bocado lamechas.

terça-feira, outubro 30, 2007

Problemas Técnicos

Novos problemas técnicos me impedem de aqui escrever com a frequência desejada. Eu tento. Forças maiores se impõem.
Mais uma frustração para juntar à colecção.

sábado, outubro 27, 2007

Pergunta

Porque deve o indivíduo submeter-se ao colectivo em nome de uma liberdade que não existe sem a sua liberdade como indivíduo?

quarta-feira, outubro 24, 2007



Sabrina...

Porque me lembra a pré-adolescência. Porque a música menos erudita também tem direito. Porque sim.

domingo, outubro 21, 2007

"Violence of the Lambs"

Black Sheep. É o título original do filme vindo terra dos Kiwis que vi hoje. Kiwi, pássaro, atente-se. É uma comédia gore, que segue o padrão dos filmes de zombies, ou animais que enlouquecem devido a uma qualquer experiência científica ou acidente biológico e começam a atacar tudo o que mexe. Desta vez os vilões, para além dos humanos responsáveis pelo "acidente", são ovelhas. E é vê-las despedaçar pessoas num festim de vísceras e membros separados dos respectivos corpos. E tem piada, além de tudo. Vem do país de Peter Jackson, e lembra Peter Jackson (especialmente o Braindead), o que sugere uma escola de estilo.

Parafraseando o meu companheiro de sessão cinéfila: "Foi o melhor filme mau que já vi."

Isto dá trabalho!

Aviso para quem acha que um curso em escrita criativa é pêra doce: não é.
É certo que não tenho que decorar muita matéria e é verdade que tenho poucas horas de aulas por cadeira, mas tenho que mostrar muito serviço. Tenho quatro cadeiras específicas de escrita criativa e para cada uma delas tenho que apresentar evolução todas as semanas, quer nos manuscritos que apresento, quer na crítica ao trabalho alheio. Nem falo nas duas cadeiras da área da língua Inglesa, mais convencionais mas igualmente exigentes.
A poesia parece fácil. Algumas linhas de umas frases meio babosas e 'tá a andar. Mas depois há que ver se resulta, se a intenção foi clara, e volta-se a ler e a reescrever até que a satisfação de um trabalho bem feito nos abrace. E manter a baboseira num mínimo aceitável também é um bico de obra.
Depois vem a escrita para crianças e adolescentes. Idades diferentes, gostos diferentes, públicos-alvo muito específicos. Dá cabo da mais equilibrada das cabeças antes mesmo de ter a primeira palavra no papel.
A ficção e a não-ficção são as que me caem mais naturalmente. Sento-me a uma qualquer mesa de um café ou pub e debito palavras para o papel. Depois vou para casa sentar-me ao computador tentar pôr alguma ordem nessas palavras. E às vezes deito-as fora...
Agora imaginemos isto tudo numa língua que não é a minha primeira. Um calvário? Não. Estou a fazer aquilo que faço desde muito novo: brincar com palavras e significados para contar histórias (agora escreve-se estórias) para fazer rir ou chorar. Ou ambos. A única diferença é que o faço mais e com mais intensidade e com um escrutíneo mais apertado. É cansativo, mas dá-me prazer.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Teve que ser

Este ano tenho aulas mais específicas sobre diferentes áreas da escrita. Numa delas a profe vai falar de blogues. Eu adiantei-me e comecei o meu próprio blogue na língua da raínha. Quem quiser lá ir botar abaixo, esteja à vontade. Levarei a peito, mas não posso fazer nada!

terça-feira, outubro 16, 2007

Ordem dos Médicos Veterinários

Quem visita com alguma regularidade este meu cantinho de devaneios já se deve ter apercebido de que não gosto muito de Ordens. Não gosto deste tipo de Ordens, obrigatórias para exercer uma profissão e fazer uso de um curso tirado com muito esforço, e ainda por cima remuneradas. É como um negócio de protecção: "Se não pagas, vimos aqui partir-te a loja!"
Ora, desta vez a Ordem dos Médicos Veterinários mostrou toda a sua estatutária inclinação para ver o médico-veterinário não como um cliente de pleno direito, mas como um qualquer desgraçado a quem a Ordem concede o previlégio de exercer, mas dentro das suas regras. E o cliente, maior interessado na escolha do melhor serviço para si, pouco ou nada tem a dizer.
Leio, na revista desta organização (a que tenho acesso apesar de não ser veterinário - peço desculpa, não quero ser vítima de nenhum acidente - médico-veterinário), um acórdão sobre um processo disciplinar instaurado a um médico-veterinário (MV), conhecido na praça Lisboeta e já com algumas aparições na televisão. Foi na sequência dessas aparições mediáticas que este profissional foi acusado de horrendos pecados contra a profissão, primeiro por ser entrevistado na qualidade de estudioso de comportamento animal, que os condutores dos programas teimaram traduzir como psiquiatra de cães. Ora, dizem os estatutos de tão elevada instituição que um MV não pode dizer que é especialista sem o ser. Este MV não o disse, mas insinuou. Em Portugal, o cliente que queira tratar do problema comportamental do seu animal, não tem muitas oportunidades de procurar o tal especialista. São entre poucos a nenhuns neste país, ao contrário do Reino Unido e da França, por exemplo. Então que faz o cliente? Ou leva o bicho ao estrangeiro, ou procura alguém que lhe dê respostas, mesmo que não seja um especialista certificado.
O outro pecado deste MV foi fazer publicidade...!! Diz a alínea j) do nº 1 do artigo 18º que "o MV deve abter-se da actos de propaganda ou publicidade da sua actividade" (citado do acórdão, e não dos estatutos). Se ele fez ou não propaganda, não me interessa. Só quero saber porque é que um vendedor de serviços não pode publicitar o serviço que vende como bem entender, e publicitar a sua diferença em relação aos outros.
Eu não teria nada contra estes estatutos, até porque não tenho nenhum interesse neles, se a entrada na Ordem fosse facultativa. Quem assina o papel, concorda com os estautos, ou não os leu (problema do próprio). Mas a Ordem é obrigatória para quem quer exercer a profissão, logo, um desgraçado acabado de sair de um curso que lhe levou tempo e recursos não tem escolha senão levar com os estatutos nas ventas. Ou isso, ou tira o curso de Medicina Veterinária e vai trabalhar para as obras.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Está tudo na atitude

Se de alguma coisa serviu ao râguebi Português a qualificação para o Campeonato Mundial da modalidade, foi para que quem seguiu os Lobos, All-Blacks e companhia visse como um desporto pode ser praticado sem manhas ou teatros. Para mim não é surpresa. Tenho visto muito râguebi, incluindo a nível de equipas não-nacionais, aqui no País-de-Gales, e desde o início me agradou ver jogadores de equipas adversárias guerrearem-se pela vitória no jogo sem fazer aquela "falta inteligente" tão característica do futebol. Nem teria, aliás, efeito. Neste jogo o árbitro participa. Não como o inflexivel fiscal das regras, como no futebol, mas como um dos responsáveis pela qualidade do jogo. O árbitro do râguebi vê a falta e avisa o jogador em transgressão, e só castiga a sua insistência. O jogo flui. A luta é leal e sem manhas e ninguém faz teatro. Há desportivismo.
Não acredito que muito Português tenha cedido muito tempo e paciência à histórica aparição de uma selecção Lusa entre as vinte melhores do mundo. Mas esta equipa enche-me de orgulho. Ainda mais porque não saíram de lá sem pontos. Um ponto de bónus pela escassez da derrota frente à mais experiente Roménia permitiu aos Lobos não voltar a casa a zeros. Se juntarmos as eleições para homem do jogo de dois jogadores da inexperiente mas voluntariosa equipa nacional, ainda mais orgulho nos podemos permitir.
Haja mais râguebi em Portugal, a ver se o futebol aprende.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Há coisas que não se recusam

Aos trinta anos, quase trinta e um, ninguém se surpreenderá por ter em vista três festas de casamento. Um ainda este ano, e outros dois nos primeiros seis meses do próximo. Também não será de estranhar que só um deles seja de alguém da mesma geração que eu, trintão fresquinho, e os outros sejam de amizades de gerações mais recentes, conquistadas nas minhas deambulações e atrasos pela vida académica. Desses dois, um é como um irmão mais novo, apesar de às vezes aparentar ter mais juízo que eu (e, regra geral, não se fica pela aparência).
Nasci sem irmãos. Depois nasceu uma irmã. Mas este irmão que não nasceu do mesmo ventre, e com quem não partilho qualquer dador de genes, foi escolhido. Não sei ele me escolheu a mim, ou se fui eu o responsável. Lembro-me só que não nos esforçamos para nutrir uma empatia recíproca desde o início.
Assim sendo, quando um irmão nos pede para apadrinhar o seu casamento, não há resposta alternativa. São coisas que não se recusam a um amigo. A um irmão de alma.

quarta-feira, outubro 10, 2007

País de Gales a nu

Estranho lugar este, onde o Rugby é mais importante que o Futebol e a noitada mais audaz acaba por volta das três da matina. Ainda por cima a minha Universidade, ou o seu campus principal, fica numa aldeola periférica em que poucos se instalariam se não fosse pela existência desta antiga escola de engenharia de minas, agora transformada em Universidade. Treforest é pequena, cheia de estudantes, funcionários da Universidade e pouco mais. Mas é agradável para quem, como eu, é adverso a grandes buliços e grandes cidades. Vou a pé para todo o lado, incluindo a cidade de Pontypridd ali a vinte minutos de distância. A não ser que apanhe um comboio, o que não me atrai para tão curto percurso.
Mas a verdade é que aqui se vive num ambiente estudantil e muito diversificado, já que a Universidade está muito virada para os estudantes estrangeiros. Além de Galeses, Ingleses e Escoceses, já conheci Irlandeses (da República), Espanhóis, Estonianos, Húngaros, Checos, Alemães, Austríacos, Jordanos, Norte-Americanos, Sul-Africanos, Hondurenhos, Mexicanos, Indianos, Paquistaneses, Franceses, Gregos, Italianos, Cipriotas, Holandeses, Argentinos, etc... Também fiz amizade com gente dos Emirados Árabes Unidos, do Zimbabwe, Sri Lanka e outros cantos deste Mundo afinal tão pequeno.
Mas mesmo com esta variedade toda de nacionalidades, tenho desenvolvido a opinião de que os mais estouvados são os próprios Britânicos. Passo a exemplificar com o mais recente incidente: Uma pequena parte da horda Lusa que por estas bandas estuda acordou em ir ver um filme a casa de um de nós. Saímos de lá por volta das três da madrugada, cinco rapazes e uma rapariga. Pelo percurso que nos era comum, vimos algo de muito estranho. Um rapaz, muito branco, batia a uma porta a cerca de cem metros da curva que se impunha, completamente nu. A rapariga que nos acompanhava fez o seu papel de chocada, mas ria-se sem tréguas, quase sem ar. Como viramos naquela esquina, pensamos ter evitado a estranha cena. Engano o nosso. Por alturas da segunda esquina, eram dois os rapazes em pelote que nos seguiam, e a meio daquela recta passaram por nós em corrida au naturel... nem se preocuparam em levar uma mãozinha em frente à zona crítica. Todos se riram. A Portuguesa que acompanhavamos nem se mantinha erecta, agarrada ao estômago, e ria-se sem as convenientes pausas respiratórias.
A verdade é que senti alguma nostalgia... Longe vão os meus tempos de Universidade do Porto.

PS: Qualquer exercício de lógica que pretenda ligar a minha pessoa à actividade desportiva do passeio a trote em pelote, é pura especulação, e da inteira responsabilidade do autor de tal exercício

...E fez-se luz. (ou internet)

Já há rede global por estas bandas. Acabou o descanso...

domingo, outubro 07, 2007

Decisões (Ou: Afinal Não é só em Portugal)

Se não tivesse decidido sair das residênciais do Campus, já teria acesso à rede global. Mas decidi sair...
A empresa a quem contratamos a ligação ainda não nos deu cavaco (salvo seja!). Em Portugal muitas empresas funcionam desta forma: fidelizam o cliente, e esquecem-se da sua existência. Neste caso acredito que se estivesse em Portugal já navegava em casa.

domingo, setembro 30, 2007

Lido noutro lado

Exercício de lucidez, sugerido pelo AMN no A Arte da Fuga.

PS: Ainda não escrevo do meu PC...

Corrigido: Escrevi "pela mão do AMN", mas podia induzir um leitor a pensar que foi ele quem escreveu o dito texto. Não foi. Por isso...

sábado, setembro 29, 2007

Está quase. Espero

Já há internet lá em casa, mas ainda não temos acesso à rede... Falta o código pin. Chega pelo correio para a semana que vem.
Já desespero!

segunda-feira, setembro 24, 2007

Respiremos

Apesar de parecer, eu ainda não morri. Estou vivo, e recomendar-me-ia, se tal gabarolice não fosse um pouco demais, até para mim. Estou de volta a Trefforest, numa casa nova ainda sem ligação à rede. Daí a ausência prolongada.
Neste preciso momento escrevo de uma das muitas salas de computadores desta Universidade, num teclado Inglês. Custa um bocado, pois todos os acentos e cedilhas têm que ser escritos em código... Por isso este post ficará curto, com a promessa de responder, no melhor das minhas capacidades, aos desafios que entretanto chegaram.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Livre e responsável

Toda e qualquer decisão que me prenda o futuro deve ser tomada por mim, e por mais ninguém. Seja a minha decisão boa ou má. Só assim sou verdadeiramente livre e responsável.

A linha

Na nossa vida temos que fazer opções. A maioria das vezes nenhuma das opções nos oferece um resultado claramente positivo, por vezes até temos de escolher entre duas opções de resultado negativo. Nessas alturas escolhe-se o menor de dois males.
Pessoalmente, classifico conceitos como os impostos ou o voto (ditadura da maioria sobre a minoria) como males menores. Como soluções negativas que são, penso ser de senso comum que a eles se recorra o mínimo possível. Os representantes eleitos pelos indivíduos que compõem uma sociedade não devem ter poder para além daquilo que é absolutamente essencial para todos como comunidade. Mais do que o estritamente necessário para decidir esse tipo de assunto comum já é intervir nas decisões individuais de cada um. Mas essa linha é de difícil definição, mas quanto mais esta limitar os poderes dos eleitos, melhor, para bem da liberdade natural do indivíduo.

domingo, setembro 09, 2007

ASAE, para que te quero?

Este fim-de-semana, aqui na cidade do Porto, a excelente e sapiente ASAE mandou fechar nove bares e discotecas, semeando um ambiente de tal terror que outros estabelecimentos do género fecharam voluntariamente, não fosse o diabo tecê-las. Mais uma vez o objectivo é proteger-me.
Mas nem nenhum dos meus pais se chama ASAE, nem eu tenho idade para os ter à perna.
Não seria mal pensado abolir as licenças e retirar à ASAE o poder de fechar os estabelecimentos. Um quadro bem visível à entrada de restaurantes, bares, discotecas e afins, onde os inspectores afixariam periodicamente a sua avaliação, seria mais eficaz, na opinião pouco especializada deste teimoso refilão. Imaginemos que abro um pub, e solicito de imediato uma avaliação (que até podia ser uma empresa privada, com boa imagem no mercado). Se algum dos aspectos da avaliação é mau, fico com duas escolhas: espero para ver se a clientela se importa (fazendo a escolha a que têm direito e que o estado insistentemente lhes retira); ou esforço-me por melhorar a vertente em que me saí mal na avaliação. É mais educativo.

quarta-feira, setembro 05, 2007

JC liberal

Muitas vezes dei por mim a pensar em Jesus Cristo como o primeiro defensor da liberdade do indivíduo sobre o colectivo. Cheguei a defendê-lo em conversas de café, e tentarei explicá-lo aqui, da forma mais económica possível.
Começa pela própria visão que Cristo tem da religião: Cada um sabe de si e julga a si próprio (quem está livre de pecado, atire a primeira pedra). Quer isto dizer que a religião emana do indivíduo para a sociedade, e não o contrário.
A moral (que tem sempre algo de religioso) pertence ao foro pessoal. O indivíduo deve limitar-se a espalhar a sua moral pelo exemplo e nunca pela força, sob pena de abrir um precedente que pode prejudicar o próprio. Quem quer impôr a sua moral aos outros, pode acabar com uma moral imposta por aqueles a quem ele se queria sobrepôr.

sábado, setembro 01, 2007

Pump up the volume

Deep Purple - Child In Time

Air Race sem Red Bull

Em pleno fim-de-semana de Red Bull Air Race na cidade do Porto, dei por mim também no espaço aério da cidade. A maior altitude, sem malabarismos na trajectória e a manche segura nas mãos de outra pessoa.
Aqui estou outra vez no Porto, local de passagem entre a ilha da Laurissilva e a ilha da Rainha.

terça-feira, agosto 28, 2007

Um só... O que acontece?

Imaginemos que um pregador do socialismo consegue converter uma população inteira, excepto um único indivíduo, à sua visão utópica de um mundo perfeito e automatizado em regras e regulações. Que acontece?
Elimina-se o indivíduo, seguindo em frente com o plano?
Abandona-se a causa, já que a utopia não funciona sem consenso?

Igualdade e causa superior

Todas as ideologias socialistas, sejam elas extremas ou moderadas, advogam igualdades e direitos e apregoam tudo e mais alguma coisa em nome de uma causa superior. Alguns até admitem matar em nome dessa causa maior, em nome da revolução que vai solucionar todos os males do mundo. Mas deturpam os conceitos de igualdade e de direitos, e usam a lenga-lenga da causa superior como reza ou bengala de fé.
Defendem, cobertos de boas intenções, que igualdade é prensar a individualidade, aquilo que nos distingue uns dos outros, dentro da mesma forma, para que ninguém possua nada a mais que o próximo. Mesmo contra a Natureza, que nos fez em moldes individuais. Apaga-se a ambição. Abafam-se os sonhos que não tenham génese na ideologia colectivista. Mata-se a alma. No fundo, prejudicam-se uns em nome da causa superior, para que a utopia de uma Humanidade sem diferenças de riqueza possa emergir sobre as carcaças dos espíritos-livres e empreendedores. A isso, eu não chamo igualdade.
Compreendem, esses bem-intencionados Robin dos Bosques, que direitos são obrigações. Se não de uns, dos outros. O direito à educação, por exemplo, em vez de significar que ninguém pode ser privado de aprender, é tranformado na obrigatoriedade de todos serem institucionalizados. O direito ao aborto, por outro lado, em vez de significar que se aborte de livre e espontânea vontade sem represálias, é tranformado na violência de fazer pagar o aborto quem, afinal, é moralmente contra.
O argumento da causa superior é, a meu ver, a maior prova da falta de argumentação lógica e natural por parte dos partidários das ideologias colectivistas. Sempre uma justificação se impõe, lá aparece a causa superior como um martelo de fé. Porque é de fé que se trata. No fundo, socialismo não passa de uma religião racionalizada, cujos messias agitam as massas contra o indivíduo que se confessa herege.

terça-feira, agosto 21, 2007

Já agora...

"Habeas corpus para o suspeito do costume", no A Arte da Fuga.

Férias atribuladas

De férias numa ilha que convida a relaxar, gozar a praia e às noitadas descontraídas, eis que não me consigo acalmar. Cada vez que vejo as notícias sinto como se me agredissem à paulada.
São grupos ecofascistas que agridem propriedade alheia em nome de causas superiores, e ainda acusam de violência o agredido, que nada mais fez que defender a sua propriedade. E esses ecoterroristas de trazer por casa ainda se defendem dizendo que foi um acto de desobediência civil (posso estar errado, mas sempre tive a ideia de que a desobediência civil se se fazia contra o Estado, e não em clara agressão do direito natural à propriedade individual).
Bem sei que esses projectos de fascistas de esquerda não gostam do conceito de propriedade privada, mas ele existe e é natural. Vejamos: se agora alguém decidir incendiar a residência de, digamos, Miguel Portas, aposto que ele não vai ficar a ver e a rir dizendo "Essa casa também é tua, companheiro! É de todos nós!". Tenho a certeza de que esse cavalheiro atiçaria a os chuis de que tanto gosta em cima do incendiário. Em último caso, até era capaz de recorrer à força física para impedir a destruição do imóvel registado em seu nome.

sábado, agosto 04, 2007

Porto Santo

Um período de visitas menos frequentes, com muita praia e sol (espero). Conto não me ausentar por completo.
Boas férias, para quem as vai gozar por estas alturas!

quinta-feira, agosto 02, 2007

Bloco de areia

Um partido de extrema esquerda Português, daqueles pequeninos, que diz buscar inspiração na figura de Trotsky, propôs um candidato à Câmara Municipal de Lisboa. O objectivo de tal candidatura, deduz-se, é alcançar uma situação de poder, como é a de vereador, por exemplo.
Acontece que essa candidatura foi bem sucedida, pelo menos para o primeiro na lista eleitoral daquele pequeno partido. E esse vereador eleito negociou um pelouro lisboeta, e uma ou outra medida que mais lhe interesava, em troca de benevolência em relação às políticas do Presidente da Câmara.
Agora vêm outros membros do pequeno partido que apoiou a eleição daquele senhor acusá-lo de se colar ao poder. A situação de poder era o objectivo da eleição. A situação de influência que o candidato negociou, beneficiando da fraca maioria do partido mais votado, parece incomodar o pequeno partido.
Sinto-me cada dia mais confuso...

Não deixa de ser esquisito

"Um estudo diz que não houve qualquer diplomado no curso de José Sócrates em 1996 pela Universidade Independente (UnI), estudo que contraria os documentos apresentados como fazendo prova da licenciatura do actual primeiro-ministro."


"A Procuradoria-Geral da República arquivou, esta quarta-feira, o inquérito à licenciatura em Engenharia do primeiro-ministro José Sócrates, considerando que da análise aos elementos de prova recolhidos resultou «não se ter verificado» a prática de crime de falsificação de documento."


Além de que a falsidade ou não dos documentos comprovativos da licenciatura não apaga o estatuto de engenheiro que Sócrates usou quando trabalhou na CM da Covilhã, antes de se licenciar. Eu não teria orgulho nenhum em apresentar-me como tendo mais qualificações que aquelas que realmente tenho. Mas essa é uma questão de carácter.


E como é que Sócrates obteve o tal documento não-falsificado? Quem foram os seus avaliadores e até que ponto houve respeito pela ética? Também me parece esquisito... Mas deve ser da minha cabeça.

terça-feira, julho 31, 2007

Trinta horas por cem euros

Abriu o Ikea de Matosinhos. Como promoção de abertura os responsáveis da loja ofereceram cem euros em produtos próprios aos primeiros cem clientes. Houve quem esperasse à porta durante trinta horas. Por cem euros.
O país está desesperado.

sábado, julho 28, 2007

Abortar o Rally Vinho Madeira?

Segundo o Público, o aborto custará à Região Autónoma da Madeira cerca de 0,07% do orçamento total do Serviço Regional de Saúde. Se todo o dinheiro do SRS já estiver destinado, estão disponíveis 0,00%, um valor significativamente inferior aquele necessário. (ihihi)
E o artigo do Público é comentado nas televisões (não vi nada no artigo em si) com sendo um quarto do orçamento para o Rally Vinho Madeira. E depois? O orçamento para o fogo de artifício da noite de fim de ano deve ser ainda maior, e o do Carnaval e da Festa das Flores também dvem ser comparáveis aos 230 mil euros, mas todos são investimentos que dão lucro. A RAM vive do turismo. Será que o objectivo de tais insinuações é empobrecer a RAM e os Madeirenses?

sexta-feira, julho 27, 2007

Honestamente

Sócrates diz, e tem razão, que a Região Autónoma da Madeira é território da República Portuguesa e, como tal, deve fazer-se ali cumprir as leis da República.
Sócrates diz, e não tem razão, de que esta lei (aborto) foi validada pelo povo Português em referendo. Honestamente, deve dizer-se que o referendo não pedia uma lei do aborto. Votou-se no sentido de não penalizar criminalmente as mulheres que decidam abortar a sua gravidez, desde que esta ainda não tenha passado das dez semanas.

terça-feira, julho 24, 2007

Um exemplo de democracia, dizem eles...

Há objectivos... e objectivos

Quando o nosso Primeiro-Ministro anuncia milhões de euros para a «Escola do Futuro», podíamos pensar de imediato num objectivo de melhoria da educação em Portugal. Mas eis que o objectivo parece ser "colocar Portugal entre os 5 países europeus mais avançados na modernização tecnológica dos estabelecimentos de ensino". A melhoria do ensino, a acontecer, há-de ser uma consequência?...
Uma medida de consequencias potencialmente mais lentas mas provavelmente mais efectivas, é deixar o mercado actuar livremente sobre a educação.

domingo, julho 22, 2007

Não é casmurrice minha

Depois de andar às voltas com a internet à procura de informação sobre métodos abortivos, eis que saiu esta semana, no semanário Expresso (e não encontro o artigo na versão on-line), página 16, um artigo em que se afirma, tal como já tinha escrito, ser possível fazer o aborto nas primeiras nove semanas aviando receitas médicas.
Afinal, não era casmurrice minha.

Aborto por receita

A nova lei permite o aborto até às nove semanas e seis dias. Uma curta pesquisa pela rede global basta para que fique claro que, até às nove semanas (e não devem ser seis dias a fazer grande diferença), um aborto se pode fazer por receita médica.
Sendo assim, para quê tanta confusão com hospitais e objecções de consciência? Depois daquele prazo, o aborto ainda é ilegal.

quarta-feira, julho 18, 2007

Sexo, aborto e úlceras

A imposição do aborto sem justificação médica no Serviço Nacional de Saúde, às custas de todos os Portugueses, incluindo aqueles que consideram esta prática imoral, está em vigor. Alguns médicos (mais do que aqueles previstos) declaram-se objectores de consciência. Há quem os acuse de quererem levar o aborto para o lucro da sua prática privada. Mas um médico do meu círculo familiar desafiou-me a verificar a dificuldade do aborto no prazo permitido por lei. Fui à procura das técnicas.
As técnicas eminentemente cirúrgicas são mais comummente usadas em períodos mais tardios, apesar de haver um que pode ser usado logo desde o início, antes mesmo de confirmada a gravidez. Os outros são geralmente desaconselhados antes das seis semanas. Mas qualquer um destes exige mão-de-obra clínica.
As técnicas que não exigem ajuda médica, a não ser para acompanhamento consequente, são soluções farmacológicas. Uma delas, a RU486, ou Mifepristone, pode ser usada até as nove semanas. Mas esta droga é geralmente complementada pela droga mais interessante que encontrei, até porque pode ser usada como droga abortiva só por si, e ainda tem outras aplicações. O Misoprostol é uma prostaglandina sintética usada na protecção da mucosa gástrica, sendo útil tanto na cura como na prevenção da úlcera-gástrica. É muitas vezes receitada com anti-inflamatórios não esteróides, como a aspirina ou o paracetamol, exactamente para prevenir a úlceração da parede gástrica.
Sendo assim, para que é que é preciso meter uma mulher num hospital para fazer um aborto? Basta que o SNS esteja preparado (como estou certo que está) a fazer o acompanhamento posterior da mulher que decide ir à farmácia comprar um abortivo. É claro que não ponho de parte uma consulta de aconselhamento, mas esta pode ser feita em qualquer Centro de Saúde.

terça-feira, julho 17, 2007

Onde é que...?

Fui ontem ver o mais recente filme do Harry Potter. Confesso que tenho seguido a saga deste feiticeiro adolescente apenas nas salas de cinema, e por isso só agora conheço esta parte do enredo, ao contrário de muitas pessoas que conheço.
Esta é uma história (estória, para quem aprendeu português depois dos acordos/cedências) em que o poder tem medo de deixar de o ser. Para se proteger, reprime aqueles que põem dúvida as suas linhas de acção, até através do controlo da imprensa. Chega ao ponto de se impôr no sistema educativo de Hogwarts, introduzindo mudanças nos programas certificando-se de que os aprendizes de feiticeiro e bruxa não têm capacidade de se defender por si próprios no futuro. Impõem-se regras que eliminam a possibilidade de discussão e premeiam-se os delatores com créditos extra. A verdade do Ministério da Magia é a única aceite.

Agora... Onde é que eu já vi isto?...

segunda-feira, julho 16, 2007

Praias de abstenção

A abstenção nestas intercalares de Lisboa humilha todos os candidatos. E culpou-se logo a praia. Disse-se logo que o lisboeta não foi votar porque queria ir para a praia.
Apesar de concordar que é muito mais agradável ir nadar para o mar (bandeira verde ou não), num cenário que se espera de muito corpo feminino em boa forma, em vez de passar tempo demais numa fila para votar, não me parece que a praia seja uma causa. É talvez uma consequência. Se eu decido não votar, então vou para a praia ou mergulho em qualquer outra actividade de lazer que me agrade.
Ou preferiam os políticos que os eleitores que não se interessam pelas suas demagogias, ou que consideram as suas promessas ocas, se mobilizassem em volta das assembleias de voto, ficando a olhar para quem vota?

sábado, julho 14, 2007

Sugestão Socialista... Da minha parte!

O cancro do sol anda aí. Os especialistas dizem que a radiação solar que chega ao solo entre as onze e as quatro é muito perigoso. Então porque é que o Estado não protege os mais incautos, ou mesmo os loucos que não vêem que fazem mal a si próprios, e torna proibido andar na rua nesse intervalo de tempo a não ser que o cidadão esteja devidamente tapado da cabeça aos pés? Sugiro uma multa. E em caso de resistência, talvez até se deva encarcerar o cidadão enquanto a radiação solar não estiver dentro dos limites tecnicamente estipulados.
E mais sugiro que se amenize a resistência, por parte da sociedade, a tão nobre e bem intencionada medida, tornando evidente, para além dos claros benefícios na saúde de cada indivíduo, a poupança futura no orçamento do Serviço Nacional de Saúde.

Ironia e Adrenalina

Passei cerca de sete meses no País de Gales, terra onde o rugby é mais importante que o futebol. Mas foi na Região Autónoma da Madeira, hoje, que o joguei pela primeira vez. Em seven's. Um joelho dorido, uma marca de pitão no outro, e uma pontada no lado esquerdo da base do pescoço podiam fazer os mais sensíveis jurar não voltar a arriscar a experiência. Mas um ensaio e algumas placagens bem sucedidas, para além do meu gosto por desportos carregados de adrenalina (ou epinefrina) e agressividade, fazem-me considerar seriamente repetir a brincadeira.

quinta-feira, julho 12, 2007

Algo diferente

Em comentário a este meu post, uma ave rara lançou-me um desafio. Um relato (ou uma explicação, tomo a liberdade de interpretar) do pouco mais de meio ano em terras de Sua Majestade, Queen Elizabeth. Começando pelo princípio, foi por ter a vida estagnada, preso num curso de Biologia há já demasiado tempo (oito anos, depois de um ano em Microbiologia e dois em Ciências do Meio Aquático), que em Janeiro de de 2006 decidi mudar radicalmente.

Sempre vivi no mundo da lua, como diziam vários professores que me aturaram, e cedo senti uma admiração pelo mundo dos livros, por influência da minha mãe professora de Português e Inglês, e do meu avô materno professor de História e Filosofia, ambos amantes do alfarrábio. O meu avô lia e escrevia muito, mas sempre foi demasiado perfeccionista para se deixar publicar.

Com este tipo de incentivo, fui-me safando nos testes de Português com notas máximas nas composições. E lá para os onze ou doze anos vi publicado num diário madeirense um texto meu sobre o dia da árvore. Depois ganhei um concurso escolar com um poema de página e meia. Por estas e por outras, fui-me convencendo de que podia um dia tornar-me um profissional da escrita por puro prazer. Mas o empirismo da sociedade em minha volta, aliado ao meu gosto pessoal pelas ciências da vida levaram-me a percorrer os caminhos da Biologia. Desde cedo defini como objectivo tornar-me biólogo de profissão e escrever como actividade extra.

Mas a verdade é que, apesar ter algum jeito para certas disciplinas da Biologia, outras havia que me tiravam toda e qualquer vontade pegar num livro e marrar. Aliás, esta última actividade também nunca caíu nas minhas boas graças ou simpatias. Decorar, sem provar competência, era só o que queriam de mim. E eu sou teimoso, para não dizer casmurro. Fiz algum esforço no início, mas a vontade foi-se esbatendo, só reavivada pelas mudanças de curso.

Durante este percurso demasiado comprido nunca perdi a caneta, e escrevi letras para as duas tunas de que fiz parte, participei em projectos literários na segunda Universidade em que me inscrevi. Foi quando, naquele Janeiro de 2006, me apercebi de que já não estudava para os exames, mas passava as noites em branco ao teclado, escrevendo prosa e poesia rasca. Falei com o meu pacientíssimo pai, e comecei a procurar um curso superior de escrita, pelo menos na altura inexistente em Portugal. Como não me acanho com a língua de Shakespeare, decidi procurar no Reino Unido.

Em Junho de 2006 soube que fui admitido em quatro Universidades Britânicas, incluindo aquela que era a minha primeira escolha.

E aqui estou, de férias depois do meu primeiro ano no curso de Creative and Professional Writing na University of Glamorgan, à espera das primeiras notas.

quarta-feira, julho 11, 2007

Uma questão de forma

O Goethe, num comentário ao post anterior, realça o facto de eu fazer a apologia da conservação da Natureza através deste blogue, e ao mesmo tempo criticar fortemente os movimentos ecológicos pelo simples facto de este serem conotados com movimentos revolucionários comunistas. É ao lado. Eu faço a apologia da conservação pela informação, e critico esses movimentos de informar o menos possível (muito fumo e pouca parra) e de quererem impôr a sua defesa da Natureza pela força da lei. Para, sejamos sinceros, prejuízo daqueles que eles dizem defender. São movimentos que se dizem humanistas, mas que não acreditam nem no ser humano, nem na liberdade, e ainda se dizem donos da verdade e de todas as boas intenções do Mundo. E eu nada mais faço que denunciar aquilo que me parece ser uma hipocrisia, e levantar a dúvida, ainda que herética do ponto de vista da correcção política contemporânea.
Sei que o Goethe não é um destes ecofascistas, e por isso senti necessidade de me explicar melhor (espero) e desta forma mais visível. Além de que, como bem diz este meu amigo no seu comentário, eu gosto de discutir tudo, incluindo (ou especialmente) a correcção politica da moda. E não acho que isso seja defeito. Antes isso que ser mais um no rebanho.

segunda-feira, julho 09, 2007

Um debate muito esquisito...

Debate é uma discussão amigável entre duas ou mais pessoas que queiram colocar as suas ideias em questão ou discordar das demais, tentando fazer prevalecer a sua própria opinião ou sendo convencido pelas opiniões opostas. (tentei, dentro dos limites da minha pachorra, eliminar os tiques brasileiros de linguagem desta definição encontrada na Wikipédia)


Muito esquisito este debate que agora passa na RTP, dirigido por Maria Elisa Domingues. Discutir-se-ia, foi publicitado, o aquecimento global. Nem aquecimento global nem as suas causas. O que agora vejo é um simples colóquio sobre as consequências de um futuro projectado, e não previsto (para usar as palavras de um dos participantes), e soluções sugeridas. Debate, nenhum.

A culpa humana do aquecimento global é um dogma, portanto, e as opiniões opostas são politicamente incorrectas.


É um orgulho fazer parte desta raça de semi-deuses que se conseguem impôr a Hélios ou Gaia com tanta facilidade.

sábado, julho 07, 2007

Fala o roto...

PCP pede ao Governo para recuar nos tiques anti-democráticos


Ora, quem defende um sistema em que o Estado regula até a qualidade das minhas cuecas, não tem assim tanta moral para acusar outros de anti-democracia.

Luminoso Live Earth

Não resisto, ao ver as imagens dos vários concertos do movimento Live Earth, a fazer uma pergunta provocatória:
Quantas toneladas de dióxido de carbono foram e estarão ainda a ser libertadas para a atmosfera para dar energia a tão faustosos espetáculos de luz e som?

sexta-feira, julho 06, 2007

Preconceitos

Ouve-se muitas vezes, principalmente nos meios de comunicação audio-visuais, atribuir uma espécie de auréola de imparcialidade aos jornalistas que os coíbe de tomar partido, pelo simples facto de serem jornalistas. Parece que o ser humano com opinião, gostos e simpatias desaparece debaixo de um manto mágico, Só porque este tem uma carteira profissional de jornalista. Nada mais ridículo. Existem, é certo, jornalistas que conseguem manter as suas simpatias longe do seu relato. São estes os que eu considero bons jornalistas. Mas é só uma opinião.
Um jornalista é bom ou mau conforme os critérios editoriais do seu patrão. A entidade patronal é boa ou má conforme a opinião dos potênciais consumidores. Por mais que eu não goste de um dado serviço noticioso, escrito, falado ou televisionado, basta que haja um número suficiente de consumidores para que este tenha condições de existir, imparcial ou não. Mas eu não sou obrigado a consumi-lo.
Nem o jornalista, pelo simples facto de o ser, tem alguma obrigação de ser imparcial, nem eu tenho que partir do princípio de que o jornalista, pelo simples facto de o ser, é imparcial.

quinta-feira, julho 05, 2007

Delinquência recorrente

Ontem fui nadar com bandeira vermelha. Nem percebi ao certo a razão para tal bandeira, excepção feita a uma ou outra onda que arrastava um pouquinho para um lado e outro. Nada que pusesse fosse quem fosse em perigo de vida. Até desconfio que era a pessoa mais velha dentro de água, e ninguém precisou de ajuda alguma. Nem as crianças de doze anos.
Hoje a bandeira desbotou apesar de o mar não ter amenizado as suas correntes de vai-e-vem. Fui para a água na mesma, desta vez de óculos e barbatanas. Fui fazer apneia (levezinha, sem fato nem cinto de pesos), e nem assim senti qualquer dificuldade durante os quarenta e cinco minutos que gastei a olhar para debaixo de água, junto às rochas.
Ninguém me multou, apesar da lei, nem os nadadores-salvadores se viram obrigados a mexer uma palha para tirar uma pessoa sequer do mar. Que maluco! Que irresponsável! Qualquer dia vou preso...

Moral

Considero errado o suicídio. A educação Católica a que fui sujeito assim me formou. Acredito que o suicídio não traz vantagem nenhuma, e vejo-o como uma desistência.
Mas isto é a minha moral. Eu não a imponho aos outros.

terça-feira, julho 03, 2007

Também eu me atraso

Parabéns, atrasados, ao AA e ao AMN pelo terceiro aniversário do seu A Arte da Fuga.

segunda-feira, julho 02, 2007

Atrasado

Escrevo do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto. A esta hora devia estar já no ar, mas o já pouco surpreendente cenário do atraso concretizou-se. Lê-se nos ecrãs que o vôo sai às vinte e três... A ver vamos.
Não sei se foi da inauguração da presidência do Conselho Europeu por parte dos políticos cá do burgo (como se um concerto e uns brindes tornassem a coisa mais ou menos relevante, ou os responsáveis governamentais mais competentes), ou se foram os bem sucedidos ataques* falhados no Reino Unido, ou outra razão qualquer, mas a verdade é que ainda estou de pés assentes no chão.

*Ou querem convencer-me de que o objectivo (aterrorizar Estados e respectivos povos, ao ponto de estes últimos abrirem mão de direitos e liberdades) não foi conseguido?

segunda-feira, junho 25, 2007

O Estado ameba

Já nem o polvo serve para ilustrar a obsessão que o Estado tem pelo controlo da vida do indivíduo. Desde leis que impedem um cidadão de arriscar a vida (que a mais ninguém pertence a não ser ao próprio) à ingerência na forma como as pessoas gerem os seus negócios e fazem as suas escolhas comerciais. E num momento em que tudo fazia pensar em dar mais liberdade às instituições de ensino superior, eis que o Estado se agarra àquelas e as envolve como uma ameba que sufoca e digere tudo aquilo que vive e prospera dentro do seu potencial raio de acção.
Mas a formatação dos futuros cérebros do país à supressão do indivíduo em favor do colectivo, de mais fácil controlo, é mais importante que a oportunidade de armar os indivíduos de competências úteis a si próprios (consequentemente, beneficiando todos à sua volta).

domingo, junho 10, 2007

Pouca actividade

Este blogue entrou num período de reduzida actividade. Não tenho ligação à rede aqui no Porto, por isso só de vez em quando consigo vir aqui despejar palavras. Se existe alguém por aí que sinta falta das minhas asneiradas, peço desculpa.

quinta-feira, maio 31, 2007

Era uma bomba, por favor...

Aeroporto de Stansted. Depois do check-in dirigi-me às famigeradas filas para os detectores de intenções, boas e más, onde ninguém entrava com mais de um item de bagagem de mão. Tive que beber cerca de um quarto litro de água para não levar a garrafa já meio consumida para a zona de segurança. Vi pessoas serem impedidas porque levavam a mala do filho. Despejei os bolsos, tirei o portátil da mochila e fui apalpado de cima a baixo. Nem me pediram autorização. Eu e a minha vontade, ignorados. Passadas estas primeiras barreiras e tudo posto no lugar, eis que surge um novo importúnio em nome da minha segurança. Pediram-me para tirar as botas e pô-las num tapete especial para o efeito. Quase fui acusado de atentado com arma química...

segunda-feira, maio 28, 2007

Afinal... Intervir já não é imoral?



EMERGENCY EUROPETITION to the Heads of government of the European Union and the Institutions of the European Union for immediate dispatch of an international protection force to Darfur.

It is Europe’s duty to intervene today and exercise its responsibility to protect!

'Tá bem. Pronto. Afinal nem toda a gente discorda com a política de policiamento mundial de Bush. Só discordam na zona de jurisdição.

Porto, aqui vou eu

Parto de manhã. Vinte minutos até Cardiff e daí duas horas e pico até Londres. Meia-hora de metro até Liverpool Street Station. Mais quarenta minutos até o aeroporto de Stansted. Chego ao Porto à hora do jantar.
Vai ser um dia interessante. E depois ainda vou ter que procurar uma solução para o inexistente acesso à rede mundial, ou world wide web, no meu poiso Portuense.
Já estou cansado por antecipação, como de costume.

sábado, maio 26, 2007

No deserto não. Já no pântano...


Mas, em contrapartida, as pontes estão a salvo e o deserto continua um deserto. São pequenos sacrifícios que se fazem em nome da salvaguarda do equipamento (pontes) e dos ecossistemas (deserto a sul do Tejo).

Uma questão de fé. Amén

No The Guardian, a 25 de Abril de 2007:

Dozens of climate scientists are trying to block the DVD release of a controversial Channel 4 programme that claimed global warming is nothing to do with human greenhouse gas emissions.

Argumento científico inerente: Estás errado!

"We believe that the misrepresentation of facts and views, both of which occur in your programme, are so serious that repeat broadcasts of the programme, without amendment, are not in the public interest ... In fact, so serious and fundamental are the misrepresentations that the distribution of the DVD of the programme without their removal amounts to nothing more than an exercise in misleading the public."

O interesse público é decidido por quem..? A discussão e o confronto de ideias e teorias não é do interesse público? E que raio é o interesse público?

Dr Allen said: "What Martin Durkin and Channel 4 don't understand is the way science works. Science is about the arguments, not the people who make them."

Se ciência se baseia em argumentos, argumente-se.

"This isn't about censorship, it's a question of quality control.[...]"

Aaaah...! Do ponto de vista de quem?...

quinta-feira, maio 24, 2007

Falta de argumentos

Almeida Santos defende a localização do novo aeroporto de Lisboa na Ota, por ser na mesma margem da capital do país, e por isso dispensar o uso de pontes. E o problema das pontes, segundo este histórico do partido do Governo, é que são passíveis de ser dinamitadas, cortando o acesso àquela estrutura por parte da população que pretende servir. É verdade, como é verdade que se pode bombardear as pistas do próprio aeroporto, inutilizando-o. Por questões de segurança seria mais lógico argumentar a retirada da base militar de Figo Maduro do Aeroporto da Portela, retirando um alvo militar da cidade de Lisboa. Depois de esgotados e refutados os argumentos lógicos, este histórico do partido do Governo resolve usar o medo e o terrorismo como argumento. Pode dizer-se que se trata de terrorismo intelectual.
Mas Mário Lino foi quem proferiu o argumento que, na minha opinião, só seria batido em ausência de lógica se o Ministro das Obras Públicas tivesse dito "porque sim". Mário Lino "afastou a hipótese de o aeroporto se localizar na margem sul do Tejo por as zonas de Poceirão, Faiais e Rio Frio (as alternativas à Ota) serem um «deserto».
«Não é num deserto que se faz um aeroporto», sustentou Mário Lino.
"
O MdOP parece ser da opinião que construir um aeroporto onde existe espaço para futuras ampliações das pistas, para desenvolver estruturas de apoio, e onde o número de potênciais vítimas em caso de acidente é menor, não faz sentido.
Talvez seja defeito meu, mas não consigo ver lógica nisto.

quarta-feira, maio 23, 2007

Assobiando para o ar, com um sorriso de gozo

No The Guardian:




Também no The Guardian:

In its annual report, the London-based human rights group said Britain was damaging the rule of law and the independence of the judiciary - particularly in relation to its anti-terror legislation.
It castigated governments for their "fear-mongering and divisive policies" that undermined the rule of law and sowed the seeds for more violence and conflict.

Serei censurado?...


Nota: Pensei em completar a frase, mas depois ocorreu-me que não conheço a senhora que deu à luz tão ilustre engenheiro técnico. Preferi manter o original, tal como citado no DD.

Europa à força


Aqui está uma notícia que, apesar de boa para a minha carteira, me provoca uma séria preocupação. Cada vez mais esta Europa se deixa escorregar para os pântanosos terrenos da demagogia, esquecendo, ou atropelando, os direitos de quem fornece serviços. Eles (Europa) é que decidem se o lucro é exagerado ou não, ou se o serviço vale aquele preço ou não. O cliente não é tido nem achado.
E o cliente pode vir a ser o maior prejudicado. A falta de competição, que o baixo preço imposto gera, pode fazer cair a qualidade do serviço, ou até a sua extinção. É possível que daqui a uns anos a UE esteja a impôr às companhias de telecomunicação que mantenham o roaming e a criar mais uma agência de controlo de qualidade só para este serviço.

No The Guardian cita-se a senhora responsável por este abuso:

Europe's internal market will finally become truly borderless, even for mobile phone bills.


Europa à força...?

Nada de anormal

Muitos hão-de vociferar contra o pagamento das operações efectuadas nas caixas multibanco. Alguns dirão que se trata de um abuso, sem sequer se interessarem no abuso que é usufruir de um serviço prestado por outros sem pagar, contra a vontade dos prestadores do dito.
Aqui pelo Reino Unido é corrente pagar-se pelos levantamentos (pelo menos, porque eu não uso outros serviços). Existem até empresas cujo negócio são as máquinas de levantamento de dinheiro. E cobram a sério: £1,75 (quase €2,60). Os bancos optaram por não cobrar aos seus clientes e fizeram acordos entre grupos financeiros, para que também os clientes de outros bancos usufruam desses serviços gratuitamente. É só uma questão de escolher bem em que máquina fazer o levantamento, e o serviço é gratuito. O mercado funcionou em benefício do consumidor, que só paga se precisar da moeda com urgência ou se não lhe apetecer estar à procura de um banco onde o serviço não lhe é cobrado. Neste último caso o consumidor é beneficiado porque encontra cash machines em locais onde normalmente não existiria nenhuma. Nada de anormal, portanto.

quarta-feira, maio 16, 2007

Não fui quem o disse...


Mas ainda bem que o disse.

Trabalho não remunerado

Na minha última passagem por Portugal descobri este pequeno anúncio que muito sucesso faz, na continuação do seu predecessor. Se o anterior pretendia convencer o comum cidadão a adquirir o tal ecoponto doméstico, este segundo levantou-me muitas mais dúvidas e questões.
Quem ganha com a separação de resíduos? E porque é que eu devo trabalhar para eles sem ser remunerado? (são só os exemplos mais flagrantes.)
Recorrendo ao Google, procurei saber mais sobre a Sociedade Ponto Verde e descobri uma página do GEOTA que me parece muito útil. Mas é o site da Sociedade Ponto Verde que me interessa por agora.
Segundo o que leio no dito site, a Sociedade é privada e não tem fins lucrativos. Mas há dinheiro, não há? De onde vem? Vem de "diversos accionistas (Embaladores/Importadores, Distribuidores, Autarquias, Fabricantes de Embalagens e de Materiais de Embalagem)", todos com interesses na recolha selectiva do lixo, seja por obrigação legal ou por motivos económicos. São entidades que vendem o lixo que o cidadão comum se deu ao trabalho de separar a empresas que, por sua vez, o vendem às empresas que lhe vão dar nova utilização vendendo os produtos reciclados a quem os vende de novo ao cidadão comum. No fundo, pretende-se que façamos a separação de boa vontade, dotando este mercado de mão-de-obra e matéria-prima practicamente gratuitas. É até algo irónico que, no site supra citado, o cidadão que faz a separação de lixo gratuitamente seja chamado de consumidor...


Quando uma empresa que vende bebidas decide usar garrafas de vidro reutilizáveis, oferece incentivos para que o consumidor devolva a garrafa. Porque é que as empresas que vendem produtos em embalagens recicladas, ou recicláveis, não podem fazer o mesmo a quem fizer separação de lixo? Estou até disposto a apostar que apareceriam pequenas empresas (até mesmo unipessoais) prontas a recolher o lixo separado à porta do cidadão trocando com este último o trabalho de levar a tralha a um ecoponto pelo lucro da venda dos resíduos separados.

quinta-feira, maio 03, 2007

Cinema e perguntas pertinentes

Fui ver o filme Next, com o Nicholas Cage, Julianne Moore e o consolo para os olhos Jessica Biel. Cage faz o papel de um homem que consegue ver o seu futuro, mas não mais que dois minutos. Julianne Moore é a agente do FBI que o quer usar para prevenir um atentado nuclear em território Norte-Americano. Quando a agente o amarra a uma cadeira com uma máscara que lhe mantém os olhos abertos, contra a sua vontade e para o obrigar a colaborar, justifica-se com a defesa da liberdade de oito milhões de pessoas. É então que o personagem interpretado por Cage responde com as perguntas "What about my freedom? What about my rights?"

É só um filme, dir-me-ão alguns. Mas a pergunta é pertinente. Podem os direitos de muitos sobrepôr-se aos mesmos direitos, mas de um, apenas por uma questão de força dos números? Será justificável ignorar os direitos de um indivíduo na defesa desses mesmos direitos para outros, eventualmente em maior número? Não será esta justificação uma negação do próprio ideal que se pretende defender?

terça-feira, maio 01, 2007

Solidarity - Um pouco de estrangeiro

O Dicionário Inglês/Inglês da Longman define solidarity como um:

loyal agreement of intrests, aims, of principles among a group [...]

Confesso que é um pouco diferente da definição que tenho implantada na minha consciência mas não deixa de ser interessante.
Já agora, será que se pode acusar o acordo paga os impostos ou vais preso de ser um exemplo de lealdade?

Devo dizer que usei o dicionário de Inglês porque não tenho um de Português aqui, e na rede apareceram-me muitas definições jurídicas, e as outras contrariavam-se demasiado.

segunda-feira, abril 30, 2007

Djimon Hounsou

O primeiro filme em que me lembro de ver este actor foi o Amistad. O filme em sim pouco me disse, mas o desempenho deste natural do Benin chamou-me a atenção. Sinceramente, gostei. E depois foi vê-lo combater ao lado de Russel Crowe em Gladiator ou a alcançar de novo registos de alta qualidade no seu regresso a África na companhia de DiCaprio (que também não esteve mal) em Blood Diamond.
Mas este meu passeio pelas cavernas da memória não se devem a um qualquer fetiche que eu tenha em relação a Djimon. Tem antes a haver com uma das suas poucas frases no filme Amistad, que recorrentemente me toma de assalto a consciência sempre ouço alguma baforenta peça do argumentário pró-Estado. Arrepia-se-me a coluna até se levantarem os pêlos do pescoço e vem-me sempre aos lábios uma forte vontade de gritar, emocionado e de braços levantados para a frente exibindo as pesadas grilhetas, "Give us us free!!"

quinta-feira, abril 26, 2007

Feijões e Polícia

O actor Britânico Hugh Grant foi, segundo li no The Guardian (sim, porque eu sei ler, e em estrangeiro!), detido por injúrias a um papparazzi, com feijões. Claro que a tina de feijões foi só a cereja no topo do bolo, depois de três pontapés e uma joelhada no ponto fraco de qualquer macho que se preze, mas um título com feijão é mais eficaz na pesca ao leitor.
Numa altura em que o Ministro António Costa anuncia um investimento há muito devido na melhoria de instalações e equipamento das forças de segurança nacionais, Hugh Grant demonstra a eficácia de armamento alternativo. Pelo menos em relação às pistolinhas com que os nossos agentes de segurança combatem os injustiçados da sociedade armados com armas automáticas de calibre superior. Estou até disposto a apostar que um polícia em patrulha a pé sentir-se-ia intimidado se me visse passar na rua com a minha espingarda de ar comprimido. Ou uma fisga.
Assumindo que algum daquele dinheiro se destina a melhorar o arsenal da PSP e da GNR, não seria má ideia trazer a Portugal o actor Hugh Grant. Vinha aí fazer uns seminários e workshops com os nossos agentes e guardas, a fim de os ensinar a usar tinas de feijões e, porque não?, ervilhas disparadas de tubinhos à força de pulmão, na luta contra o comportamento anti-social dos Portugueses e outros residentes na terra Pátria. Alguns deles até já têm alguma experiência com técnicas semelhantes, como o arremesso do tremoço e do amendoim torrado.

domingo, abril 22, 2007

sábado, abril 21, 2007

Segundo quem?...

«Este encontro não é só contra o fascismo, mas essencialmente pela diversidade cultural»

O fascismo não faz parte da diversidade cultural, ou a definição de diversidade cultural inclui só a cultura que convém ao politicamente correcto?

Vou contar-vos um segredo...: Eu acho que o uso de animais para fins recreativos cuja finalidade é colocar o animal numa situação de stress e de dor, conduzindo-o a uma morte longa e penosa, é moralmente deplorável. No entanto não deixo de achar que é cultura. Infelizmente. E defendo que deve acabar, não para bem da diversidade cultural nem sequer pela salvação de uma imperiosa moral social. Defendo o seu fim porque, pessoalmente, acho errado. E espero um dia conseguir convencer os meus semelhantes a partilhar deste meu ponto de vista e eliminar estas práticas da sua cultura.

terça-feira, março 27, 2007

Lápis azul, ou de outra côr qualquer

O terrível ogre que um dia caiu da cadeira ganhou um concurso de popularidade. O actual governo quer seguir-lhe o exemplo, ao que parece, abrindo as portas à censura.
Boas intenções? Também Salazar as tinha. O monstro de Santa Comba Dão distribuiu os lápis azuis para proteger a Igreja dos ataques daqueles que dizem que a religião é o ópio do povo. Depois deu no que deu.
Senhor Ministro Augusto Santos Silva, diga lá: quem é que decide o que é jornalismo de sarjeta? E o é que acontece quando o governo mudar e e a sua lei se mantiver? É que se você tem boas intenções, os outros podem não ter.


De notar que usei as palavras ogre e monstro quando me referi a Salazar. Fui politicamente correcto... não fui?

sábado, março 24, 2007

Continuando... (Paneleirices)

O caso do urso Knut é mais um bom exemplo da lavagem cerebral que se faz em volta do aquecimento global. Primeiro, os tipos dos direitos dos animais queriam deixá-lo morrer à fome, ou eutanasiá-o (não vejo outra alternativa a não alimentar uma cria rejeitada pela mãe). Mas eis que o Knut se salva das radicais sugestões dos arautos dos direitos dos animais, vendendo-se-lhe a imagem como um símbolo do potêncial fim do Mundo que aí vem. O Knut está salvo.

Com o perdão da palavra... paneleirices!!

"[...]urso polar Knut torna-se símbolo do combate às alterações climáticas"

quarta-feira, março 21, 2007

23

Fui ver o filme The Number 23. Depois de tanta paranóia em volta do número, resolvi fazer contas à vida. Tenho dois 23 na minha data de nascimento. Somando o mês e o dia, e somando os algarismos do ano.
Vou ficar maluco.

segunda-feira, março 19, 2007

Ser verde é mais importante

Ao ler o The Guardian na versão electrónica tropecei neste pequeno anúncio. É de um site governamental que debita conselhos sobre formas de poupança de combustível. Por incrível que pareça, a ênfase não é feita sobre a economia por si, mas sobre a diminuição das emissões de dióxido de carbono.
O facto de se poupar uns trocos na gasosa, é um extra...

O Panteão Nacional

Nada tenho contra Aquilino Ribeiro. Nem terei muito que apontar à decisão de transladar os seus restos mortais para o Panteão Nacional. Só me senti tentado a apontar que, para este escritor, a homenagem póstuma foi decidida após um considerável intervalo de tempo (morreu em 1963). Foi uma decisão ponderada, com natural distanciamento emocional, penso eu.
A decisão de incluir Amália Rodrigues nos homenageados com o Panteão foi feita a quente e e cheia de emoção.
Qual será a melhor maneira?...

sábado, março 17, 2007

A solidariedade... dos outros

A acusação que mais vezes cai sobre mim quando discuto o Estado social, é a de que tenho que tentar ser mais solidário com os outros. Defende quem me acusa que seria mais solidário da minha parte permitir que o Estado me prive de rendimentos e os use para fazer a caridade que os senhores que por lá andarem a fazer de Governo considerem mais conveniente. É-me constantemente apontado que se o Estado se abstiver de se meter em certas áreas sociais, ninguém o fará por sua vez.
Posso estar errado, mas quem diz isto parece admitir, portanto, que de humanista tem pouco, já que não acredita que o seu semelhante seja capaz de solidariedade, mesmo que lhe seja concedida liberdade económica (com uma redução drástica dos impostos, por exemplo). Cada um julga os outros à sua própria imagem...
Eu aprendi, desde pequeno, que a solidariedade só tem valor quando é voluntária. A solidariedade dos outros não me diz respeito a não ser na escolha das minhas relações sociais. O dinheiro alheio não é meu para que seja eu, ou outro qualquer em nome de um Estado que se quer amoral (que é diferente de imoral, vejo-me obrigado a apontar), a destinar a sua utilidade social ou não.

quinta-feira, março 15, 2007

E assim anda o conceito de voto

Hoje, na University of Glamorgan, vota-se para escolher os próximos titulares dos diferentes orgãos da Students Union. Aqui não se vota em listas. Vota-se no candidato a um posto específico. As campanhas são, tanto quanto me apercebi, independentes.
Como eu não faço a mínima ideia de quem são os candidatos (para além das fuças e das alcunhas que encheram as paredes, as mesas e o chão do Campus nesta última semana), nem sei qual a serventia os títulos a que eles concorrem, decidi nem votar.
Mas esta malta está desesperada por votos. Fui parado por três vezes, a caminho do meu quarto, por delegados de campanha que me perguntavam se já tinha votado, ou se tencionava votar, e eu expliquei sempre que não conhecia nenhum dos candidatos. À minha resposta negativa todos, sem excepção, responderam com um pedido pessoal. Pediram-me, os democratas responsáveis, que fosse votar e pusesse a cruzinha no nome pelo qual eles faziam campanha, porque sim.

terça-feira, março 13, 2007

Estatística, nada mais

E isso quer dizer o quê, exactamente? Que o Português vive melhor ou pior? Ou que há mais ou menos liberdade no país?
A moral da coisa? A moral pertence ao indivíduo e os seus pares julga-lo-ão, socialmente, por ela. Além disso, ninguém tem nada a haver com isso.
Estes dados são estatística, interessante talvez, mas sem utilidade nenhuma.

segunda-feira, março 12, 2007

Antes pelo contrário, José Manuel


Concordo que o clima de moralismo demasiado zeloso não é particularmente útil, mas defender que as preocupações ambientais se devem traduzir em legislação, não em comportamento indivídual, é o mesmo que exigir aos outros o sacrifício que ele próprio não está disposto a fazer.
Os grandes homens lideram pelo exemplo, caro José Manuel. Evite, de todo, legislar decisões alheias. Faça aquilo que prega e publicite-o.


(Tomei conhecimento da notícia através d'O Insurgente)

domingo, março 11, 2007

Coisas da vida

Descobri, hoje, um pêlo branco na barba.

Newspeak em Português: o politicamente correcto

Numa amena discussão sobre discriminação em que um acérrimo bloquista me garantia que a discriminação positiva não só é aceitável, como também é desejável, esquecendo-se que a discriminação positiva se reflecte negativamente naqueles que não abrange, resolvi responder com um artigo da Constituição Portuguesa em que a vontade de não discriminar acabava por o fazer de facto. Descrevi por alto um artigo que li em que se conferia um direito específico a todos os cidadãos, e tinha alíneas subsequentes que conferiam esse direito também às mulheres e às minorias. Enquanto eu tentava argumentar que isso implica que as mulheres e os minoritários não são cidadãos, eis que sou surpreendido por uma rapariga, que participava da discussão, a afirmar que ela não é um cidadão... É uma cidadã. E não estava a brincar!
Já se começa a tentar mudar os significados das palavras em nome do politicamente correcto. Sempre aprendi que a generalização de palavras que no singular têm género se fazia usando o plural no masculino. Mas os defensores da Revolução Contínua querem mudar a linguagem. Orwell tinha razão. Controlando a língua, controla-se o pensamento.

sexta-feira, março 09, 2007

A famigerada licença (cont.)

Se sobrou alguma dúvida na minha mente em relação à natureza invasiva das licenças de TV aqui no Reino Unido, e do seu perverso desrespeito pela liberdade indivídual, eis que surge o excerto que passo a citar:

"The Wireless Telegraphy Act 1967 states that dealers must notify TV Licensing of sales or rentals of television sets, detailing the name and adress of the buyer or hirer, the adress of the premises at which the set is to be installed (if known) and whether or not it is a set designed for colour reception.[...]" (deixei o bold fora disto, já que destacaria o texto inteiro).

Só falta saber que canais pretende ver o cidadão que compra/aluga o aparelho. Nunca se sabe. Pode ver demasiados programas subversivos, passíveis de minar o bem-intencionado percurso em direcção ao paraíso do Socialismo.
E porque não obrigar todos os cidadãos a comprar um aparelho de televisão e controlar as todas emissões, de forma a que a mensagem da revolução contínua seja mais facilmente espalhada. Em prol do bem comum, claro.

A famigerada licença (cont. Official Warning)

Recebi novo subscrito, prontamente enfiado por debaixo da porta do meu quarto pelo segurança do bloco. No envelope lia-se, encaixilhada num rectângulo vermelho e escrita na mesma cor, a frase "gwybodaeth gyfreithiol y tu mewn". Deduzi que fosse Galês e virei o envelope à procura da corresponte tradução. "Legal information enclosed". Percebi a urgência do segurança, que não tem o dever de me entregar a correspondência à porta.
Aberto o envelope vi, sem surpresa nenhuma, que era mais uma simpática carta dos fiscais das licensas de TV. Desta vez, em vez da ameaça, o dito serviço de fiscalização mandou-me uma explicação das leis britânicas de que este organismo está encarregue de fazer cumprir.

"Part 4 of the Communications Act 2003 makes it a criminal offence to install or use a television receiver to receive television programme services without a valid TV licence. Television receiver is defined in the regulations as meaning any apparatus installed or used for the purpose of receiving any television programme service, whether or not it is installed or used for any other purpose.[...]" (destaques meus, como se adivinha)

E a seguir vem a lista de tais aparelhos, que inclui televisores, as boxes, gravadores video ou DVD, computadores e telemóveis. No caso dos aparelhos com bateria própria abre-se uma excepção no se os pais/tutores do estudante pagarem eles próprios uma licença, desde que o estudante não instale o aparelho para ver televisão no quarto das residência universitária.
O pior vem a seguir, mas este post já está comprido demais. Fica para o próximo.

quinta-feira, março 08, 2007

Dedicatória

The Call of Ktulu - Metallica

Para o AA, do A Arte da Fuga, em consequência deste e deste posts.

quarta-feira, março 07, 2007

Official Warning

Esta é a expressão, carregada a vermelho em letras grandes e gordas e sublinhada, que abre uma carta do organismo estatal Britânico que se encarrega de emitir as licenças anuais para quem quer ver televisão. E diz o seguinte:

We have previously informed you that it is an offense to use any device to watch or record TV programmes at your adress without a valid TV licence.
However, it's been noted that your adress remains unlicensed, so you should expect a visit from an Enforcement Officer shortly.


Nem sequer é considerada a hipótese de eu não possuir o tal aparelho. Sou quem tem que provar a minha inocência. Sou culpado até prova em contrário.
Estes Brits são loucos...

segunda-feira, março 05, 2007

Rir um pouquinho





Adenda: Parece que os Suecos donos do site privaram os presentes curiosos do vídeo em questão.

domingo, março 04, 2007

So F****** What?


Em primeiro lugar, afirmar que uma família branca tradicional do Sul profundo Norte-Americano inclui pessoas que possuiram escravos é quase como chover no molhado. Depois, que culpa tem Obama desse facto? Foi ele quem escravizou aqueles indivíduos? Foi ele quem foi dono deles?
Estes Americanos pegam com cada mariquice...

quinta-feira, março 01, 2007

Originalidades

Os Portugueses não têm andado muito originais. Veja-se esta notícia comparada com a imagem anexa, capturada hoje aqui no País de Gales, como se pode ver pelo uso do Galês.


No entanto, e para provar que Portugal não é uma "Maria vai com as outras", quando do estrangeiro vêm bons conselhos, a teimosia lusa prevalece.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

É preciso fazer alguma coisa!

Segundo um estudo sobre a identidade nacional, os Portugueses são mais patrióticos que os porcos fascistas Norte-Americanos. É preciso fazer alguma coisa, ou corremos o risco de nos tornarmos todos orgulhosos do país em que vivemos.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A verdadeira luta (cont.)

Num comentário a este meu post, um comentador anónimo colocou a seguinte questão:

"Será tb mau fazer transfusões de sangue no SNS? É que para algumas membros da nossa sociedade é imoral o processo transfusional!"

Provavelmente muita gente partilha deste ponto de vista, e aplaudiria a comparação. Mas esta comparação não está completa.
A tranfusão sanguínea é um procedimento de emergência que só se usa num hospital em casos de vida ou morte. Quem não o quer pode recusá-lo.
Existem casos em que o aborto é realmente um procedimento de emergência que pode significar a vida ou a morte da mulher. Também nestes casos o paciente pode recusar o procedimento.
Ora o aborto por escolha livre e voluntária da mulher (noutras palavras, porque sim) não se perfila como um caso de vida ou morte.
A não ser alguns atletas de alta competição que o fazem para oxigenar o sangue e obter vantagem competitiva, ninguém faz uma transfusão de sangue porque sim.
Ou será que este anónimo defende que os atletas desesperados por vantagens competitivas façam as suas transfusões dentro do SNS?

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

terça-feira, fevereiro 20, 2007

O Kibutz e o Socialismo

"Israel's oldest kibbutz votes for privatisation" in The Guardian Unlimited

"[...]In the past the 320 members of the kibbutz saw their salaries paid into a communal account and then received free services and an allowance based on need, usually determined by the size of their families. In future they will be paid varied salaries based on ability not need and, most importantly, they will be allowed to keep them.[...]"

Afinal, parece que as pessoas acabam por preferir ser pagas conforme o valor do seu trabalho, do que limitar-se a receber por necessidade.

Legitimidade...?

"Os partidos políticos da oposição na Madeira dizem que Jardim não tem «legitimidade» para se demitir da presidência do Governo Regional da Madeira, sobretudo quando goza de maioria absoluta, e acusam-no de fazer uma «birra». Já o PS/Madeira culpa o PSD de «intoxicar a opinião pública»." in TSF Online

Podem dizer que AJJ não tem razão ou duvidar das suas intenções, mas acusar seja lá quem for de falta de legitimidade para seguir o rumo que entende é, no mínimo, ridículo.