terça-feira, novembro 25, 2008

Intimamente

Quando sinto que tenho o ego em baixo e que nada me corre a favor, devo recorrer à única pessoa com quem posso contar sempre, mesmo na solidão mais profunda. Devo recorrer a mim.
Mas nem sempre é fácil fazê-lo nesta sociedade em que o que parecemos ser por vezes é mais importante do que aquilo que realmente somos.
A solução está no egoísmo.

sábado, novembro 22, 2008

Fui lendo...

"Public opinion is the worst of all opinions" Chamfort, Sebastien-Roch Nicolas

"The value of legislation as an agent in human advancement has been much over-estimated. No laws, however stringent, can ever make the idle industrious, the thriftless provident or the drunken sober." Smiles, Samuel

(acerca da segurança social) "It will not do to teach the hard-working, industrious man that there is an easier path by which his wants can be supplied. The less emotion the better.Neither the individual nor the race is improved by alms-giving. Those worthy of assistance, except in rare cases, seldom require assistance. The really valuable men of the race never do." Carnegie, Andrew

sexta-feira, novembro 21, 2008

Muitas palavras...

Neste curso em que me embrenhei de alma e coração avaliam-me não pelo que decoro nos livros técnicos, mas por aquilo que produzo dentro daquilo que me é pedido. Tenho mais liberdade numas cadeiras do que noutras, nada de inesperado, mas não tenho que fazer qualquer tipo de exame. Para mim, é ouro sobre azul. Sempre preferi mostrar o que sei fazer do que marrar matéria que, muitas vezes e de tanto estudar, deixa de fazer sentido.
Mas estou agora no terceiro e último ano. É, de longe e com pouca surpresa, o mais trabalhoso. Tenho duas cadeiras que me vão exigir 12 mil palavras no final do ano cada uma, mais uns trabalhinhos pelo meio entre mil a 3 mil palavras cada. Outras duas exigem só 6 mil palavras no fim do ano cada, e os trabalhos paralelos como as duas anteriores. Ainda tenho mais uma cadeira que me exige só dois trabalhos de 2500 palavras cada um. Mas estes trabalhos são mais difíceis e são aqueles em que terei menos liberdade criativa. São ensaios técnicos, pronto. O primeiro destes dois ensaios terá que ser entregue no próximo dia 9 de Janeiro.
Como não quero levar muito trabalho para Portugal, vou ter que preparar e escrever este texto nestas semanas que faltam até o fim do ano, para além de continuar a escrever e reescrever os textos criativos para as outras cadeiras. Vou ter pouco tempo para a vida pessoal. Vou ter pouco tempo para outros prazeres que não o da escrita.
Valerá a pena. Sempre.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Empregos por encomenda

Se é obrigação do estado dar emprego a todos quantos tiram um curso superior apenas porque têm um canudo, então esperem pelo fim deste ano lectivo. Terei, então, razões para exigir um emprego. Mas não o farei. Não o farei porque escolhi o curso que escolhi, depois de muito experimentar, infelizmente, apenas porque sinto que tenho vocação e muito gosto em fazer aquilo para que agora me preparo. Escolhi até um curso que não me dá garantias nenhumas de sucesso a não ser por acreditar nas minhas próprias capacidades e talentos.
Quando vejo os enfermeiros exigirem que o Serviço Nacional de Saúde os contrate, não consigo deixar de pensar na mentalidade estúpida que grassa o meu país em relação ao ensino superior. Estes cidadãos que tiraram o curso de enfermagem não o fizeram por gosto, fizeram-no pelo emprego. E é assim com muitos cursos e profissões. Muito pouca gente em Portugal escolhe um curso baseado no seu gosto ou nos seus talentos. É sempre a chave para uma profissão que procuram, muitas vezes nem interessa qual.
Até o primeiro argumento que ouço chorado nos telejornais nacionais é de que existem muitos licenciados em enfermagem a sair directamente para o desemprego. Ora, se alguém os obrigou a tirar o curso, peçam responsabilidades a essa pessoa ou entidade. Se ninguém os obrigou, que assumam eles a responsabilidade da sua escolha. E se, como se argumenta depois, existe falta de enfermeiros no SNS, então porque é que a procura é baixa? Se houvesse assim tanto lugar por preencher os empregadores estariam um pouco mais próximos do desespero e ofereceriam melhores contratos, com a muito exigida efectividade e tudo.
Também já ouvi dizer que os enfermeiros merecem consideração especial porque tiram o curso motivados pelo serviço em prol do próximo. Se assim fosse não reclamariam estatuto, como fazem nas suas batalhas quixotescas para não se sentirem inferiores aos médicos, nem contratos assim ou assado. Os enfermeiros, como os médicos, os professores, os carpinteiros, etc., estão na profissão que estão para ganhar dinheiro vendendo serviços, de preferência fazendo uma coisa de que gostam e para a qual sentem que têm vocação. Se assim não é, tenho pena.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Outros se anteciparam

Estive a pôr os meus telejornais nacionais em dia, quando vi a notícia de que a benevolente Comissão Europeia (dos burocratas da vida alheia) resolveu permitir que se vendessem alguns vegetais fora das medidas e cores que eles próprios tinham decidido ser mais adequadas. Pensei de imediato em mandar a minha boquinha, mas Francisco José Viegas antecipou-se.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Lua cheia - celebração

Hoje à noite fui visitar uma amiga. Nada de transcendental. Nada de colorido. Uma amiga que vive a cinco minutos de distância e que muito me atura, esteja eu eufórico, cabisbaixo ou assim-assim.
Para lá fui cheio de frio. Coberto com quatro camadas de roupa no tronco, duas delas bem volumosas e quentinhas, e luvas como nunca usei em Portugal. Depois da conversa entre duas canecas de chá de limão, tive que me vir embora antes que ela me pusesse na rua à força, já que tem aulas de manhã. E quando saí o frio continuava lá. Mas as luvas ficaram nos bolsos do sobretudo que ficou por fechar. Só porque olhei para cima e vi o céu.
A lua cheia a rebentar não era suficiente para apagar a constelação Orion, a minha favorita. Via-se tudo naquele céu, uma raridade por esta bandas de nuvens persistentes.
Já vos disse que a lua está cheia lá fora? E linda, como deve ser sempre. E pensei no meu novo primo nascido esta segunda-feira, ao final da noite. Faz agora vinte e seis horas que abriu a goela para dar o seu primeiro grito de liberdade. Provavelmente quis sair a tempo de ver a última gota de luz encher a lua.

terça-feira, novembro 04, 2008

O último estertor

Depois de demasiado tempo na vida de estudante, que me rendeu amigos e experiências de vida únicas mas que me custou uma namorada e demasiados anos à minha carreira, eis-me chegado àquele que será o meu último ano exclusivamente de estudante.
Tinha-me decidido a fazer deste um ano mais calmo e dedicado à preparação da minha vida futura como homem trabalhador. Já vai sendo tempo. Sendo assim, a cerveja diminuiu. As saídas são mais curtas e menos frequentes. Mas o futsal lixou-me os planos todos...
A jogar futsal com jovens, em que os dois mais próximos da minha idade são sete e oito anos mais novos, e na sua maioria britânicos, vejo-me hoje confrontado com uma actividade usual entre estes malucos. Eles não têm as minhas adoradas praxes mas, em contrapartida, têm hábitos nas equipas desportivas nas universidades. Digamos que são actividades de união de grupo. Nada contra, diria eu, se não soubesse em que consiste a dita actividade.
Sendo assim, a não ser que me recuse a fazê-lo, amanhã vou fazer algo que nunca pensei fazer, muito britânico e em prol do bom ambiente e união de balneário da equipa. Vamos todos a uma festa na associação de estudantes em trajes pouco recomendáveis. Qualquer fotógrafo que me aponte a objectiva será visto como inimigo e não me responsabilizo pelas consequências.
Assim, toda e qualquer foto que aparecer, seja em que site for, deve ser encarada como montagem e afastada da realidade. Um devaneio do fotógrafo, digamos.