domingo, março 16, 2008

Para quando uma lei contra leis idiotas?

O Governo pretende proibir a importação, reprodução e criação de sete raças de cães consideradas perigosas e de todos os animais que resultem do seu cruzamento com exemplares de outras raças, de acordo com a TSF.


Gosto de cães, confesso-o. E conheço-os bem. Atrevo-me até a dizer que os conheço e compreendo. E atrevo-me, também, a dizer que as raças que os energúmenos da regulação pretendem proibir não são efectivamente mais propensas à agressividade que um Cocker Spaniel ou um Labrador Retriever. Sou obrigado a concordar que a dentada de um Rottweiler é potencialmente mais eficaz ou mais destrutiva que a de um Yorkshire Terrier, mas não concordo que por isso o Rottweiler seja considerado mais agressivo que o Yorkshire Terrier.

Fui mordido apenas uma vez na vida, excluindo as brincadeiras, por um cão. Era um Pequinois. E a culpa foi minha.

Pensemos no seguinte: Quantas dentadas de doces Labradores, fruto de agressividade, não escapam aos registos e estatísticas dos sapientes reguladores, apenas porque a fama destes cães automaticamente os desculpa aos olhos da vítima? Ou quantas vezes uma criança não apanha umas palmadas por cima da dentada para aprender a não incomodar o amoroso animal? A mesma situação, mas com os dentes de um Pit Bull, é automaticamente uma questão de polícia e/ou de folclore televisivo. E a culpa é sempre do animal que morde, nunca do que não o soube socializar e educar decentemente, ou até do animal que acha que pode chegar-se a qualquer cão só porque quer.

À ignorância responde-se ensinando e informando. À estupidez insistente responde-se com o castigo sério do estúpido, não do cão.



Adenda:

N'O Insurgente

Sintomas e confirmações

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