quarta-feira, janeiro 04, 2006

Audição selectiva

Acabei de ver a reposição do programa "A Quadratura do Círculo", na SICnotícias, e continuo sem ver Jorge Coelho a dar a sua opinião livremente. Continua a ser nada mais que um cão de fila do partido. É ver-se Pacheco Pereira e Lobo Xavier defenderem os seus pontos de vista, mesmo que, por vezes não sejam coincidentes com os dos seus partidos, por vezes até contrários, enquanto Coelho se encolhe por detrás da cortina partidária.
Bom exemplo disso foi a forma como evitou falar das acusações de Soares de falta de isenção por parte da comunicação social, dizendo que não estava atento, ou por dentro do assunto, pelo menos não o suficente para comentar. Logo a seguir comenta que Cavaco disse que a Barragem do Alqueva era obra sua, quando não é. Eu ouvi Cavaco, e ele disse que era o responsável político da ideia, e não da obra. Não sei se é verdade, mas mostra que Jorge Coelho não estava atento (ou estava, mas foi desonesto), mas quis comentar. Em que ficamos?

3 comentários:

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Eu ouvi na televisão, da boca de Cavaco. Mas a questão centra-se no facto de Jorge Coelho não comentar o que diz Soares por alegada falta de atenção, e depois comenta o que diz Cavaco, revelando, de facto, falta de atenção.
Até digo que a questão da responsabilidade da construção ou não da barragem não me agrada pessoalmente: sou contra as barragens, quanto mais barragens daquele tamanho! (há excepções, muito raras)

VN disse...

Os nossos pais lutaram pela liberdade de expressão, mas hoje, estou cada vez mais convencido que dentro das maiores máquinas partidárias e dos maiors grupos económicos essa liberdade não existe. Por vezes, tenho quase a certeza, que por trás dos muitos "Jorges Coelhos" existe um daqueles senhores que articula os braços e as bocas dos bonecos do contra informação...

Bart Simpson disse...

Também em tempos escrevi algo num tom muito parecido com o seu. De facto, Coelho é a voz do dono, ie, Sócrates agradece.
O programa em questão perdeu muito com esta aquisição. Não há paciência para permanente campanha eleitoral.