quinta-feira, junho 30, 2005

Energia Nuclear

Há, finalmente em Portugal, uma proposta para construir uma central de energia nuclear de fissão (convém separar por causa do inovador projecto da energia nuclear de fusão). Mais económica, pois produz mais energia por esforço de construção e manutenção, e mais limpa. Sei perfeitamente que é difícil, para quem não conhece bem o assunto, perceber a vantagem ecológica deste tipo de energia, em grande parte por causa do acidente de Chernobyl, ainda presente na memória colectiva mundial. Esse infeliz acontecimento deveu-se a uma manutenção muitíssimo deficiente e já muito antiga, isto é, aquela central estava há muito tempo practicamente ao abandono.
Os impactos ambientais têm várias variantes. O impacto ambiental certo de uma central nuclear é muitíssimo baixo. Fica-se pela construção (é limitado no tempo, obviamente), pelo vapor de água que sai das suas chaminés e pelos resíduos de baixa radioactividade, que são em quantidades muito menores do que pensa a opinião pública. Em contraste, uma central hidroeléctrica (a barragem) tem um nível de impacto ambiental certo muito mais elevado. A sua construção é muito mais intrusiva que a da nuclear, e depois de construída altera por completo o ecossistema. Por um lado temos um rio cujo caudal fica drasticamente reduzido, e por outro, onde havia um rio, há agora um lago. E produz menos energia...
O único factor de impacto ambiental em que a energia nuclear fica a perder em relação à hidroeléctrica, é no caso de acidente. Mesmo aí, a probabilidade de ocorrer um acidente que cause as consequências vistas em Chernobyl, numa central minimamente bem cuidada são ínfimas, muito menores que as probabilidades de uma barragem ceder ao peso da água...
Bem pesadas as consequências, dêem-me uma ou duas centrais nucleares e deitem abaixo as barragens deste país (excepção feita àquelas absolutamente necessárias para reter recursos hídricos)!

terça-feira, junho 28, 2005

"O povo não aceita a política de direita"

Em título o "slogan" que mais me divertiu nas imagens que vi das greves e manifestações de hoje. Tanto quanto me apercebi, e devo dizer que não estava dormir por alturas das últimas eleições, o tal "povo" favoreceu o actual partido de Governo com a sua primeira maioria absoluta.
E a grande razão para essa escolha, que não seria a minha, mas não é essa a minha discussão, foi o abater de vez das políticas de direita. Como este Governo tem pessoas com consciência, continuou com as políticas de austeridade e apertar de cinto (também aqui duvido muito do método, mas a intenção está lá), pelos vistos a contra-gosto de quem votou neles: o "povo".
Qualquer filosofia verdadeiramente democrática entende a dita como uma ditadura da maioria. Votaram neles, engulam-nos! Se esse "povo", que naquele partido votou, queria ter certeza de haver políticas proteccionistas e de nacionalização de toda a economia (engrossando ainda mais o peso do estado no PIB), então devia ter votado no partido dos camaradas, e ficavam eles com a maioria absoluta. E se daí resultasse uma ditadura, não ficaria surpreendido...
Caro e queixoso povo: TU escolheste quem agora te Governa. Aguenta.

segunda-feira, junho 27, 2005

Casamentos constitucionais

Artigo 36º da Contituição Portuguesa, ponto 1:
- "Todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de plena igualdade."
É, portanto, inconstitucional que os homossexuais não se possam casar nem adoptar... Ok.
Confesso que o casamento não me incomoda, até porque não passa de um contrato. Só não peçam casamentos pela Igreja Católica, porque isso já nada tem a ver com contratos, mas antes com crenças religiosas com todo o direito a considerar a homossexualidade um pecado. A Igreja não tem que ser democrática, uma vez que se rege por conceitos dogmáticos, cuja existência é a razão de ser da própria confissão religiosa.
Já a adopção me faz mais confusão. Não duvido que haja muita família normal (recuso-me a pôr aspas em normal) que é pior que uma eventual família de casal homossexual, mas a ontogenia de uma criança deve ser sempre o mais normal e natural possível. O imprintig sexual em tenras idades é algo de muito importante para o desenvolvimento individual, como é importante para a perpetuação da espécie nas melhores condições possíveis.
A constituição parece obrigar a que se aceite a adopção por parte de casais homossexuais, e isso pode ser feito com uma salvaguarda. Na escolha do melhor casal para família adoptiva tem que pesar a constituição familiar e orientação sexual. Como já é feito, aliás. Uma família monoparental tem muito mais dificuldade em adoptar. Assim poder-se-ia colocar o casal homossexual num nível de prioridade inferior à de uma só pessoa.
Dir-me-ão os liberais de esquerda, e afins, que isso é discriminação. Mas, além de já ser feito em relação às posses, estabilidade e coesão famíliar, eu penso que a criança é mais importante que essas tretas todas.

Parabéns!

Sabe quem me conhece, que fui atleta de canoagem. É, por isso, com muita satisfação que dou conta e apresento os parabéns à Selecção Nacional de Canoagem, que se sagrou vice-campeã da Taça do Mundo de Canoagem de Maratonas. Com duas vitórias, garantimos três campeões: parabéns à dupla José Sousa/Nuno Barros em C2, e a Beatriz Gomes em K1.

Excessos dos brinquedos

Na fronteira entre Paramos e Esmoriz, dos Concelhos de Espinho e Ovar respectivamente, encontramos uma lagoa com contacto com o mar. De um lado chamam-lhe Lagoa de Paramos, do outro, Barrinha de Esmoriz. Mas vou falar de Paramos, de Espinho, mais propriamente do Aeródromo de Espinho, colado ao lado norte da lagoa. É um centro para adultos brincarem. Brincam com modelos aeronáuticos, perseguindo os bandos de aves que por ali já começam a escassear (já não bastava a poluição que invade as àguas da Barrinha, ainda temos estes crianções sem consciência). També por lá se usam brinquedos mais sérios, em tamanho, como pequenos aeroplanos e helicópteros ultra-leves.
Como parecem querer aterrar, um dia mais tarde, aviões comerciais por aqulas bandas, resolveram esticar a pista. Tenho a certeza de que esticaram a dita até roçar a água da Lagoa de Paramos (atitude inteligentíssima para quer ter a pista alagada cada vez que o nível da Barrinha subir, garanto-vos, porque sei até onde pode ira a água naquela zona), mas parece que do outro lado a pista atravessa uma estrada... Não sei se é uma situação recente se já existia, uma vez que só estudei a zona da Lagoa, mas soube hoje qual a consequência: um automóvel chocou com um avião, e explodiu. O condutor morreu carbonizado, e o piloto está em estado grave. Pela notícia, que ouvi na rádio, fiquei a saber que foi a mais grave, mas não a primeira vez que tal aconteceu. Parece que o condutor não viu o sinal... Não me lembro de tal sinal nas minhas aulas de de código, há já nove ou dez anos.
Continuem assim, sem verdadeiro planeamento, nas vossas brincadeiras, como verdadeiras crianças irresponsáveis.

Falta de argumentos

A Jorge Coelho, num discurso de campanha para a autarquia de Sintra, não ouvi usar outro argumento para deitar abaixo o actual Presidente da Câmara, que não fosse o facto de ser conhecido por ser comentador desportivo. Ouvi-o repetir esta argumentação umas três vezes, sem nenhuma outra pelo meio.
A falta de argumentos é, por si só, um argumento? Só se fôr auto-depreciativo...

sexta-feira, junho 24, 2005

Uma questão de imagem... ou não?

Já aqui defendi, embora desconfiado, as políticas de imagem deste Governo. Evitando "barulho" na sua construção, angariando algumas figuras públicas que apoiassem as suas políticas de austeridade... enfim: um Governo sóbrio.
Mas, salivando de gula, exagerou nas tentativas de proteger a sua imagem: ao nível do melhor dos estilos maquiavélicos, aponta o dedo a tudo e todos. Pela maneira como falam os membros deste Governo, parece que não há, na função pública, ponta por onde se pegue. São todos uns gordos cheios de previlégios e de reinvindicações imorais.
Parece-me, não vou jurar, que em quase todos os lares Portugueses habita pelo menos um desses animais nojentos, que se alimentam da carcaça podre em que este país lentamente se transforma. Aconselho muita cautela. Este Governo há-de vos salvar dessas bestas parasitas que, aposto, também vos sugam o tutano no recato do vosso lar...!
Guardem o voto para o caçador dos lobos maus, o Engº José Sócrates.!

Engenharias

Há por aí algum engenheiro que me explique por que é que, numa autoestrada deste país, os condutores se vêem obrigados a diminuir a sua velocidade para cerca dos 100 km/h em mais do que um troço, para não se esborracharem contra os rails do lado de fora das curvas apertadas em questão, para onde estas estão claramente inclinadas! (Falo da A3, entre Porto e Braga)
Já não bastava termos curvas apertadas numa autoestrada, ainda temos que gramar com inclinações contra-natura! (A culpa é dos condutores, parece...)
Devem ser medidas de prevenção dos excessos de velocidade...

quarta-feira, junho 22, 2005

Florestas abandonadas...?

Acho interessante este conceito das florestas ao abandono... Até parece que a espécie Homo sapiens é responsável pelo aparecimento das florestas neste planeta. As florestas têm formas de cuidar de si muito mais antigas que a maioria dos mamíferos (não quis exagerar...)! Basta que não se façam das matas lixeiras, e que haja verdadeira vigilância em relação a acidentes ou fogos postos, que o número de incêndios diminui para perto do natural. E se as pessoas deixarem de construir as casas em zonas adjacentes as áreas florestais, os incêndios naturais deixam de preocupar tanto.
Experimente-se deixar de fazer aumentar as áreas de monoculturas (e neste país há a mania dos pinheiros e dos eucaliptos), até diminuí-las, e passar leis que impeçam a construção imobiliária nas áreas ardidas ou em áreas demasiado próximas das matas. Eu penso que isto faria diminuir não só a quantidade de incêndios, como o perigo que estes constituem.
DEIXEM-SE DE EUCALIPTOS, PINHEIROS E LIMPEZAS DE MATOS!

António Borges

Eis um artigo de opinião no Diário Económico que me agradou, e que descobri através de um post do AA, do A Arte da Fuga.

segunda-feira, junho 20, 2005

Há notícias "esquisitas"...

No Jornal da Tarde da RTP publicitaram uma peça em que Tom Cruise teria reagido a mal a uma partida de um falso jornalista. Vistas as imagens, não vi nada disso. Uma pessoa que está a ser simpático para um desconhecido, ajudando-o no seu trabalho,não tem que desatar a rir com uma partida de gritante mau gosto. Pensei, pela publicitação feita, que Cruise teria partido para a violência, mas, em vez disso, o actor limitou-se a manifestar com veemência o seu desagrado, coberto de razão. Tom Cruise revelou-se uma pessoa educada e contida. (Eu teria, no mínimo, marcado cinco dedos nas fuças do gajo).
Tenham mais juízo, senhores jornalistas, quando escolhem as notícias e forma como as dão. Posso até dizer que me induziram em erro, que me mentiram em pleno programa de notícias supostamente sérias.

domingo, junho 19, 2005

Assim, também eu...

Só assim, sem concorrência de máquinas, Schummacher ganha nesta época de F1. Com o melhor carro, e com um companheiro de equipa com instruções para me deixar em paz, também eu ganho!
Já o "nosso" Tiago Monteiro foi o melhor entre os que conduzem carros de m#rda... Mesmo assim, é um pódio de pouca glória. O 3º em 6.

Um umbigo cheio de cotão

Ainda se ouvem os dirigentes do PCP a chamar à sua política, tirada a papel químico das gravações do extinto KGB, de progressistas! Como se as suas ideias políticas fossem as mais arejadas e frescas do mercado...!
Oh!, cegueira surda, infelizmente barulhenta, que vos permite ver apenas a utopia, falhando a percepção dos rotundos falhanços de todas as formas de Comunismo que alguma vez foram postas em prática. Acabaram todas em processos ditatoriais...
Esqueçam as cassetes e defendam os trabalhadores, mas com alguma flexibilidade e vistas mais largas. No fundo, com maior responsabilidade e senso comum.

sábado, junho 18, 2005

Custos da democracia

São custos da democracia. Os racistas extremistas (acho redutor chamá-los de extrema-direita, por razões que penso escrever num post posterior) deste país de brandos costumes querem fazer uma manifestação "contra a criminalidade", culpando as minorias étnicas dessa criminalidade. É, verdadeiramente, uma manifestação racista. Mas ninguém pode fazer nada.
Não podemos impedi-los de se manifestarem ou de exprimirem os seus pontos de vista, por menos que concordemos com eles. Podemos desconfiar da natureza pacífica da manifestação, até pelo percurso escolhido; estou até pronto a afirmar que a intenção é provocar reacções menos pacíficas por parte dos imigrantes e membros das minorias, mas não podemos partir desse princípio... Não os podemos condenar antecipadamente.
Sendo assim, não temos outra hipótese, senão aceitar que se manifestem, fazermo-nos de surdos, e esperar que haja o bom senso de policiar e vigiar atentamente as acções dos energúmenos. Havendo a mínima altercação, cacetada de cima para baixo e acabou a manif, e responsabilizem-se os responsáveis pela dita, mesmo que só se chegue à incitação à violência, que já é motivo para parar a marcha.

Não diria melhor

quinta-feira, junho 16, 2005

E continua!

Continuo a ver a Grande Entrevista... E a Judite continua! Agora quis, à força, obrigar a Ferreira Leite a dizer mal da decisão de Durão Barroso em ir para Bruxelas, e a dar coça no Santana Lopes! E ainda lhe pagam ordenado!
Ah! É verdade: o PS foi o partido que mais gastou durantes as últimas eleições...

Chau & Macau

Mais um Blog que aconselho. Principalmente para quem quer saber um pouco mais sobre Macau, pela cabeça de um macaense que estudou Medicina Veterinária no Porto. Por falta de emprego satisfatório por cá, voltou para Macau, que ainda era território Português quando de lá saiu. Veio de Macau Português, voltou para a China, mas sempre para casa.
Boa sorte, Chau!!

Grande entrevista...

Ao ver o programa "Grande Entrevista", continuo com a impressão de que a Judite de Sousa é demasiado evidente na sua parcialidade. Pede constantemente à Drª Ferreira Leite que elogie as medidas deste Governo...! "Mas não acha que deve ser feito?", "mas não concorda?"... Mais valia pôr lá outro jornalista a mediar um debate. Seria mais justo e democraticamente correcto.
Onde estão os arautos da liberdade de Abril nestas coisas? Ou é isto a liberdade de Abril...?

(In)Constitucionabilidade discriminatória

O nº 1 do Artigo 26º da Constituição Portuguesa diz: "A todos são garantidos os direitos à identidade pessoal, ao desenvolvimento da personalidade, à capacidade civil, à cidadania, ao bom nome e reputação, à imagem, à palavra, à reserva da vida privada e familiar e à protecção legal contra quaisquer formas de discriminação."
Eu entendo que qualquer alusão a raça, sexo ou religião, mesmo que seja para discriminação positiva (exemplo de leis de protecção às minorias, incluindo às mulheres, que não são minoria matematicamente falando), não deixa de ser discriminação, até porque é passivel de causar situações de discriminação negativa das maiorias.
Eu, por exemplo, sou do sexo masculino, e pertenço às maiorias confessional e racial deste país. Faço, portanto, parte da maioria negativamente discriminada pelas próprias leis nacionais, apesar do que diz a lei fundamental.

quarta-feira, junho 15, 2005

Eanes e a língua Portuguesa

Custou-me ouvir, hoje, um antigo Presidente da República, Ramalho Eanes, a referir-se a uma certa circunstância como "propiciatória", em vez de "propícia"... Os exemplos vêm de cima.

Coerência e teimosia

Até eu me deixei influenciar pelas palavras graxistas a que a imprenssa falada deu tom solene. Quando pensei em pôr, no post "O arrastão Vasco Gonçalves", a palavra "sinceridade" para descrever Álvaro Cunhal, saiu-me "coerência". O problema é que já ouvi chamar a uma pessoa de ideias fixas de tudo, desde teimoso a cabeça-dura, ou até mesmo de intransigente, e agora até eu defini tal indivíduo de coerente.
Não é, decerto, o facto de não se mudar a ladaínha, sequer numa pequena vírgula, dos 14 aos 92 anos, que dá a um ser vivo o direito de usar o título de coerente. Coerencia ganha-se pela não contradição de ideias sem razão aparente, não pela intransigênciaem seguir uma doutrina que a condição biológica da espécie humana nunca aceitará. Cunhal defendeu toda a sua vida uma utopia só batida em beleza pela anarquia.
Caro amigo Álvaro (já estou com camaradas pelos ouvidos), o Homo sapiens nunca aceitará viver sem competir, tanto social como fisicamente.

segunda-feira, junho 13, 2005

Mais um poema

Mais uma vez, permito-me transcrever para este blog um poema de Miguel Torga:

"Triaga
Trituro as horas num almofariz.
O pó do tempo, que receita estranha!
Mas faz-me bem a não sei bem que entranha
Profunda e cancerosa que me dói...
Minutos e minutos misturados,
E tomados
Logo que o tédio de os viver os mói."
In Penas do Purgatório, Miguel Torga.

O arrastão Vasco Gonçalves

Morre um, leva o outro. Também Álvaro Cunhal abandona o mundo material. Sobre estes dois homens tenho a dizer que não gostei das ideias, não gostei dos métodos, mas dou o braço a torcer quanto à coerência que, principalmente Cunhal, pareciam ter em relação às suas ideias.
E mais um escritor se foi, além de Manuel Tiago, morreu Eugénio de Andrade.

domingo, junho 12, 2005

Vasco Gonçalves

Acabei de ouvir descrever o General Vasco Gonçalves como "homem de fortes convicções e ideais". Ora fortes convicções, não nego, ao ponto de não admitir convicções contrárias. Ou terei imaginado o célebre discurso do "quem não está connosco, está contra nós", mostrando intransigência em relação a aqueles que não concordavam com o rumo que ele deu ao país. Não se pode exigir muita democracia de um militar habituado a cumprir ordens e (sendo ele um General) a ver as suas cumpridas sem ser questionado.
Ele, como muitos Portugueses ainda hoje em dia, não percebeu que para contrariar uma ditadura, basta que se imponha a democracia. Não é preciso dar uma volta de 180º, como Vasco Gonçalves quis impôr, com as suas nacionalizações e mudança para a extrema esquerda, que ainda lhe ouço negar, chamando-o de socialismo... Só se for socialismo soviético...
Não fosse o 25 de Novembro teríamos tido novo período de ditadura, desta vez com o fascismo de esquerda do "camarada Vasco" e seu amigo Álvaro Cunhal, e com a unha (no mínimo) do KGB pelo meio. Sim, chamei-lhe fascismo, ou pensam os "canhotos" que fascismo é exclusivo da direita?

sexta-feira, junho 10, 2005

PORTUGAL

É dia de Portugal. E das comunidades, e de Camões.
Só quero lembrar o patriotismo de varanda e frente da TV que varreu o país há um ano atrás. Seria bom ver esse entusiasmo sair das varandas e dos ecrãs e passar para os locais de trabalho, para os corações.
Senão apela-se ao tradicional egoísmo do Português: quanto melhor estiver o país, melhor estará cada Português.

Obrigado, Guterres!

Só agora fiquei a saber que o acordo assinado em 98 com Espanha sobre os recursos hídricos comuns, não cuida de interesses mútuos. Antes permite aos espanhóis, em situação de seca, mandar o acordo às urtigas, sem sequer uma indemnização! Eles ficam com a sua quota, e nós que nos amanhemos!
Obrigado Eng. Guterres,,,

quarta-feira, junho 08, 2005

Faca de dois gumes

Lembrei-me, assim de repente, que o aviso que passa na televisão informando a audiência dos riscos de incêndio, pode ser uma faca de dois gumes. Eu (como parte do público alvo) não sei exactamente o que fazer com a informação, a não ser se estiver a pensar fazer um churrasco no meio do mato (que nunca devo fazer, até porque é proibido por lei), ou se quiser fazer uma queimada (única situação em que considero a informação pertinente, apesar de ser um pouco fora de época para essas prácticas). Por outro lado, imaginem a quantidade de incendiários que absorvem a informação...
É uma boa informação para os serviços da Proteção Civil.
Mas admito que me esteja a escapar qualquer coisa.

Umas palmadas...

Li no Público que a Organização Mundial contra a Tortura (OMT) pede que se comece, em Portugal, uma campanha contra a aplicação de castigos físicos às crianças. Sobre isto tenho a dizer duas coisas:
1º - Eu apanhei muitas palmadas e puxões de orelha (com a unha, em alguns casos) e não é por isso que sou mais ou menos traumatizado... Antes pelo contrário!
2º - Eu pergunto-me se esta organização é simplesmente a favor da abolição total dos castigos, ou se prefere a "tortura" psicológica e mental em vez da "tortura" física que querem eliminar. Eu lembro-me de preferir levar umas palmadas, ou um puxão de orelhas, a ser impedido de brincar, por exemplo. Tenho muitos mais traumas em relação a castigos psicológicos. Posso até dizer que a única vez que levei com a régua de madeira na primária (puxões de orelhas foram muitos, já nem doíam), foi porque a professora Lígia me deu a escolher entre ficar na sala durante o recreio, ou levar uma reguada... eu estendi a mão quase de imediato.
Post Scriptum: É óbvio que sou contra espancamentos de menores, embora ache que esse castigo é muitas vezes merecido por adultos...

Operações de imagem

É impressionante a diferença de reacções do eleitorado em relação aos aos três Governos mais recentes (este e os anteriores). As medidas não são muito diferentes, a obsessão pelo défifice é a mesma (e ainda bem. Não há vergonha em admiti-lo, Eng. Sócrates), algumas medidas até mais constrictoras que as dos Governos anteriores, algumas inconstitucionais (infelizmente a constituição que temos é esta). Mas o povo agora gosta...
A meu ver, é tudo uma questão de imagem. A do Governo Santana Lopes era uma miséria. Ele não soube mexer-se. A do Barroso segurava-se. Entre aqueles que acreditavam no que diziam os antigos governantes (Guterres, Sócrates, Antº Costa, entre outros), que o país estava de boa saúde financeira, que agora era uma festa, e os que ouviam os economistas de renome avisar para os tempos de vacas magras.
Há, também, que dar mérito à imprensa, seja ela de que formato fôr. Constato hoje que as contradições entre membros deste Governo são, regra geral, esquecidas, enquanto que as do anterior Governo eram motivo para duas ou três peças jornalísticas por edição! E por mais do que um dia! A verdade é que Santana Lopes não se soube defender disso, mas a diferença de agressividade é demasiado evidente.
Ainda assim devo defender, um bocadinho, o Eng. José Sócrates. Nesta coisa de imagem, ele mostrou ser bom, ou bem aconselhado. Repare-se na habilidosa forma que arranjou para se autorizar a descolar das ideias que o puseram no poder com maioria absoluta. Arranjou a ajuda do Governador do Banco de Portugal. Por acaso lembro-me de Vitor Constâncio dizer as mesmas coisas das medidas dos Governos anteriores (principalmente das de Ferreira Leite), mas (SURPRESA!) a imprensa fez por arquivar o assunto com alguma rapidez.
Acho isto tudo um bocado desonesto (imprensa, comissão Constâncio), mas agora o que me interessa é salvar o meu país!

terça-feira, junho 07, 2005

Fogo!

O país está outra vez sob ameaça de incêndios, agravada pela seca deste ano. Além de diminuir as reservas de água, a vegetação também se ressente, dominando a vegetação seca e fácilmente combustível. Esta secura só ajuda as espécies vegetais invasoras, que se dão bem em clima de secura (pinheiro e eucalipto) e de muito calor (principalmente o eucalipto). Estas árvores são bastante combustíveis, e até potênciam o próprio fogo. Eu sou da opinião de que este risco agravado de incêndio, que vivemos de há uns anos para cá, é consequência do clima e da falta de uma verdadeira política de ordenamento de território que dê prioridade à floresta nativa (e sem limpeza dos matos nativos, de preferência!), sem ceder um centímetro à pressão urbanística ou à pressão da "mão untada". Ainda por cima temos pessoas a construirem, ilegalmente, casas literalmente encostadas às árvores, que vêm, em caso de incêndio, chorar para a televisão que a casinha está em perigo, que é tudo o que têm, blábláblá...
Ou então a culpa é do Cavaco (como dizia António Guterres)...
Post Scriptum: Esta introdução em massa de espécies invasoras começou no tempo de D.Dinis, o Poeta Lavrador, que mandou plantar o pinhal de Leiria. A situação só piorou com os descobrimentos, tanto pela introdução de espécies exóticas (o eucalipto, por exemplo), como pela plantação de mais pinheiros (e outras árvores) para fazer madeira para as naus e caravelas. Mas daquela altura não se sabia o que se sabe hoje em dia. As desculpas acabaram há, pelo menos, cerca de 50 anos.

domingo, junho 05, 2005

Artes marciais e non-sense

Kung-fu Hustle! Para quem gosta de non-sense, Kung-fu e desenhos animados (não, o filme não é animação), e não se importa em ler as legendas sem perceber patavina do que dizem os actores. Eu ADOREI!

Pouco

É pouco, demasiado, o valor da nova taxa sobre o consumo de água. Diz o Ministro do Ambiente que o consumidor não vai sentir os cerca de dois cêntimos por cabeça. Pois devia sentir mais.
A água é um bem escasso e cada vez menos renovado (podia ser mais, porque é renovável), cujo consumo é barato e exagerado no nosso país. Se mais cara fosse, mais se pouparia em casa, e em qualquer outra actividade de consumo de água. Os Portugueses só parecem respeitar o bolso.

sábado, junho 04, 2005

E depois?

Parece que agora é crime ter direito a acumular uma reforma com o ordenado de Ministro. É legal, não é? Parece que alguém que serve o país (bem ou mal, foram estes os escolhidos) não tem direito a remuneração (uma pensão também é uma remuneração).
Se o Mundo fosse perfeito, faríamos tudo pelos outros e de graça, tendo em troca o que os outros pudessem, ou soubessem, fazer por nós. Se o Mundo fosse perfeito, a inveja dos Portugueses não seria dirigida ao que os outros ganham honestamente, antes pelo que eles fazem para o merecer.

quinta-feira, junho 02, 2005

Deve ser impressão minha

É impressão minha, ou a Judite de Sousa continua subserviente ao PS e respectivo Governo? Já não bastava a entrevista pré-eleitoral ao Eng. Sócrates ("Sim, Sr Eng"; "Claro, Sr Eng."; "Tem toda a razão, Sr Eng."; para além da quase total ausência de perguntas difíceis acerca das suas intenções de governo, só confirmações e uns vergar de espinha acerca do que de mal correu no Governo demissionário), agora vi-a deixar falar, durante longos minutos sem interrupções, o Ministro dos Negócios Estrangeiros (atitude correcta, mas ausente das suas entrevistas a Santana Lopes ou Paulo Portas), e a elogiá-lo constantemente antes de qualquer pergunta. Ele pode até merecer os elogios, não o discuto, mas daquela maneira...
Nos meus tempos de liceu, ela seria chamada de graxista ou lambe-cus.

É só pedir...?

Acabo de ouvir o Prof. Freitas do Amaral dizer que está optimista em relação ao investimento estrangeiro em Portugal, só porque o pediu aos EUA, ao Brasil, à Espanha e aos países árabes do médio oriente, e eles disseram que sim! Yupiii!
Estou a ver a Condoleeza a virar-se para o Bill Gates a dizer "Vais investir em Portugal!", ao que ele, sem dúvida alguma, responderá "Vou já montar lá negócio! É um país simpático. Tem muita praia!"...

Política manhosa

Tenho andado a reparar que, cada vez que o Governo tem em carteira uma medida popular, vêem-se as caras dos governantes responsáveis nas televisões, em alarido. Já quando as medidas em questão são impopulares, nem sempre chegam aos noticiários televisionados, e quando chegam nunca se uma cara... só artes gráficas dos programas.
Será isto acção do próprio Governo para não prejudicar a imagem do partido, que dela precisa para as próximas eleições autárquicas? Já não bastam as batotas, como o caso do túnel de Ceuta, ainda temos protecção de imagem, evitando dizer ou até fazer (sim, há muita coisa por fazer e que não é feita por falta de coragem, não política mas eleitoral) algo que ponha o eleitorado de mau humor?
Ou será que a própria imprensa resolveu proteger este Governo? Se assim fôr, acabou a democracia no nosso país. Não há mais de meio ano, via a imprensa em peso potenciar toda e qualquer diferença de verbo entre os governantes quase todos os dias. Hoje ouvem-se contradições públicas entre os membros do actual Governo, no mínimo do mesmo nível que as do anterior, e nada se ouve na caixa mágica.
Dá que pensar, não dá?

Só?!?!

Revisão constitucional no público. Esperava algo com "bolas de ferro"....